A Coamo deve encerrar este ano com receita de R$ 5,6 bilhões, ganho de 18% a 20% ante 2010, segundo o diretor presidente José Aroldo Gallassini. Já as exportações, basicamente de soja, devem atingir US$ 1,1 bilhão em 2011, fazendo com que a cooperativa passe do 35º lugar entre as maiores exportadoras do Brasil no ano passado para uma posição mais próxima do 30º, diz Gallassini, citando dados do governo. O recuo de preços na bolsa de Chicago ou a desaceleração da economia global não provocam temores.
? O dólar tem subido bastante. Então cai de um lado, mas sobe do outro. Isso para nós foi muito bom ? avalia.
? Temos uma expectativa um pouco melhor porque produzimos alimentos, e todo mundo se alimenta, seja gente ou animal. A situação é melhor do que de quem produz, por exemplo, calçados ou têxteis, que têm grande concorrência no mercado internacional. Mas não sabemos até onde a crise pode afetar o Brasil. A gente se preocupa, sim, porque não é algo que nós determinamos, vem de fora ? afirma.
Safra 2011/2012
O plantio da soja e do milho pelos 24,3 mil cooperados distribuídos por Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul já foi finalizado e, segundo o executivo, o processo foi um sucesso, porque não houve problema de germinação. Depois de o preço do milho subir de R$ 13,60 a saca em 2010 para R$ 24,00 neste ano, segundo ele, os produtores associados aumentaram a área plantada na safra verão de 167,6 mil hectares em 2010/2011 para 201,1 mil hectares no novo ciclo, um crescimento de 20%.
A expectativa é de produção de 1,832 milhão de toneladas de milho, alta de 23,8%. A maior parte será destinada ao mercado interno, onde hoje os preços estão em torno de R$ 20,00. Essa opção pelo cereal provocou queda de 1,7% na área de soja, de 1,636 milhão de hectares para 1,608 milhão de hectares. A safra da oleaginosa deve atingir 5,231 milhões de toneladas, pouco abaixo das 5,365 milhões de toneladas em 2010/2011.
Investimentos
Com as boas expectativas, a Coamo já se prepara para dar início a um plano para aumento da capacidade de armazenagem, considerado o principal problema da cooperativa. De acordo com Gallassini, hoje a capacidade é de 3,9 milhões de toneladas de armazenamento estático, quando o recebimento é de 5,5 milhões de toneladas.
? Estamos terminando agora as construções definidas dois anos atrás, e faremos um plano para os próximos dois a três anos. O custo das instalações é muito grande e quando fazemos a conta parece que não compensa. Mas com os armazéns o produto pode ser escoado na entressafra pela metade do frete ? diz.