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Com demanda em alta, Mato Grosso registra falta de sementes de milho

Aposta em mais um período de bons preços incentivou os produtores a buscar híbridos de melhor qualidadeA forte demanda por sementes de milho de alta tecnologia para a atual safra provocou escassez de alguns tipos de produtos em Mato Grosso. A aposta em mais um período de bons preços incentivou os produtores a buscar híbridos de melhor qualidade, o que pegou a indústria de surpresa. De acordo com Narciso Barison Neto, presidente da Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem), houve muita procura por sementes que agregam dois eventos de biotecnologia, a resistência a insetos e a tolerância

— Esse tipo de semente foi lançado nesta safra e é normal que o volume colocado no mercado não tenha sido significativo. A demanda foi muito maior do que se esperava — afirmou.

A área plantada com sementes de milho geneticamente modificadas deve crescer 32% na atual safra, 2011/2012, de acordo com estimativa da Céleres, para 9,9 milhões de hectares, o que representa 67,3% do total da área plantada. De acordo com relatório da consultoria, houve uma rápida adoção de variedades com tecnologias de genes combinados (resistência a insetos e tolerância a herbicidas), que começaram a ser comercializadas na atual safra. Os híbridos resistentes a insetos ainda lideram e devem ocupar 4,9 milhões de hectares. Já as variedades com genes combinados devem ocupar 4,4 milhões de hectares em 2011/2012, mas deverão ser maioria nas lavouras nos ciclos seguintes, previu.

Recentemente, o Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea), expressou preocupação com falta de algumas variedades de sementes e nesta semana alertou para atrasos nas entregas do insumo. De acordo com a entidade, cerca de 50% das sementes foram entregues. O plantio no Estado, maior produtor de safrinha do país, deve se intensificar em fevereiro. O período ideal para implantar a lavoura plantio vai até o início de março. Barison Neto disse, contudo, que se houver os atrasos de entregas serão pontuais.

— A Abrasem não tem informações de atrasos nas entregas do insumo. Não acredito que haverá problemas para o plantio da safrinha”, afirmou — afirmou.

O Imea estima que a área plantada com milho safrinha cresça 25,8%, para 2,2 milhões de hectares e a produção deverá saltar 40% para algo próximo de 9,8 milhões de toneladas, um recorde para Mato Grosso. O levantamento mais recente de comercialização aponta que os produtores venderam antecipadamente cerca de 53% da safra que será colhida no inverno, ou 5,2 milhões de toneladas.

Segundo Barison, a demanda por sementes de genes combinados também é grande no Paraná, que planta a safrinha em abril, mas ele não prevê problemas na oferta do produto.

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