A Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) fechou a quinta-feira, dia 6, com preços em alta para o milho. Os contratos com entrega em maio, por exemplo, tiveram acréscimo de 6,25 centavos de dólar, atingindo US$ 3,93 por bushel. A alta foi impulsionada pelo relatório de março do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que indicou reservas americanas bem abaixo do que os analistas esperavam.
Os estoques finais de passagem dos EUA para 2017/2018 foram estimados em 2,127 bilhões de bushels, ante os 2,352 bilhões do relatório passado, enquanto o mercado trabalhava com estoques de 2,299 bilhões de bushels.
As exportações foram indicadas em 2,225 bilhões de bushels, acima dos 2,050 bilhões de bushels previstos em fevereiro. O uso de milho para a produção de etanol foi elevado de 5,525 bilhões de bushels para 5,575 bilhões de bushels.
A safra global foi estimada em 1.041,74 milhão de toneladas, ante 1.041,73 milhão de toneladas apontados em fevereiro. Os estoques finais da safra mundial 2017/2018 foram projetados em 199,17 milhões de toneladas, abaixo das 203,09 milhões de toneladas apontadas no mês passado, mas acima das 198,9 milhões de toneladas previstas pelo mercado.
A estimativa de safra brasileira foi reduzida de 95 milhões de toneladas para 94,5 milhões de toneladas, enquanto o mercado estimava um corte para 91,8 milhões de toneladas. A produção da Argentina deve atingir 36 milhões de toneladas, abaixo das 39 milhões de toneladas apontadas no mês passado e das 36,3 milhões de toneladas esperadas pelo mercado.
O mercado também recebeu suporte de novo corte na estimativa de safra da Argentina. A produção de milho do país em 2017/2018 deve ficar em 34 milhões de toneladas, conforme indicação do boletim semanal da Bolsa de Cereais de Buenos Aires. O número é 3 milhões de toneladas inferior ao projetado anteriormente. Se comparada à previsão do início da temporada, o corte já chega a 5 milhões de toneladas. A colheita do milho naquele país chega a 6,5%.
Mercado interno
O mercado brasileiro de milho se deparou com inexpressivo fluxo de negócios no decorrer do dia, tanto para o disponível quanto para a safrinha. O foco estava direcionado ao relatório de Oferta e Demanda divulgado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Em grande parte do país não há alterações de dinâmica, com cerealistas e cooperativas focados na colheita e no escoamento da soja.
Em Campinas (SP), o mercado do milho segue tenso. Nos últimos dias, boa parte dos compradores paulistas saíram do mercado e acirraram a disputa de preços. De acordo com os mesmos, não faz sentido pagar mais diante de uma oferta iminente. Os negócios relatados para região são raros, visto que produtores também disponibilizam pouco.
As chuvas intensas no Brasil Central e Sudeste impedem os avanços da colheita em praticamente todo o país, que permanece atrasada. Intermediários e silos fazem consultas incessantemente para realizar novos negócios, mas também acabam desistindo para não trabalhar descasados.
A consultoria XP Investimentos ressalta que a dificuldade pare realizar negócios é grande e que, apesar de muitos compradores estarem fora e relutantes em pagar mais, quando voltam ao mercado são forçados a pagar entre R$ 1 e R$ 2 por saca acima das referências atuais.