A produção de grãos na safra 2019/2020 do Brasil deve atingir u novo recorde. Dados divulgados nesta quarta-feira, 8, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), indicaram uma safra de 248 milhões de toneladas, alta de 2,5% ou de 6,1 milhões de toneladas em relação ao ciclo 2018/2019.
A expectativa para a área semeada é que sejam cultivados 64,2 milhões de hectares, incremento de 1,5% em comparação à da safra anterior. “As condições climáticas, que apresentaram certa instabilidade no início do plantio de verão na maioria das regiões produtoras, tomaram agora um novo ritmo de normalização. A perspectiva é que os níveis de produtividade apresentem bom desempenho nessa etapa”, disse a Conab.
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Soja
Para a oleaginosa, a expectativa é que a produção chegue a 122,2 milhões de toneladas, alta de 6,3% em relação ao ciclo anterior e de 0,9% em relação à estimativa de dezembro. Se confirmada, essa será a maior safra de soja registrada na história. Já a projeção de área plantada é que se tenha um incremento de 2,6% na comparação com a última temporada, continuando a tendência de crescimento.
“A semeadura iniciou de maneira desuniforme em diversos estados produtores devido ao atraso das chuvas, mas por ora se encontra dentro da normalidade quando comparada às outras safras. Na Região Centro-Oeste, as condições climáticas registradas no país foram variadas e esse cenário impactou na evolução do cultivo”, comenta a Conab.
Na região Nordeste, particularmente no Matopiba, , região que compreende algumas áreas do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, as precipitações aconteceram com maior normalidade a partir de dezembro de 2019, com maior intensidade na primeira quinzena do mês. “Na sequência, as chuvas apresentaram-se esparsas nas diversas regiões produtoras e com reduzido volume, insuficientes para assegurar a umidade do solo para o plantio das culturas de uma forma segura.”, pondera a entidade.
Milho
A expectativa de produção total de milho no Brasil é de 98,7 milhões de toneladas, queda de 1,3% em relação à safra 2018/2019, que teve produção de 100 milhões de toneladas. Para a primeira safra, estima-se alta de 3,8%, com produção de 26,6 milhões de toneladas, ante 25,6 milhões de toneladas. “A estimativa de área de milho primeira safra, é de 4,1 mil hectares, 1,1% maior que a área cultivada na safra 2018/19, influenciada pelas boas cotações atuais do cereal”, disse a entidade.
Segundo a Conab, as lavouras já se encontram totalmente semeadas na região Centro-Sul e no Matopiba e apresentam bom desenvolvimento vegetativo.
Já para a segunda safra, a tendência é de queda. A Conab projeta redução de 3,1%, com 70,9 milhões de toneladas nesta safra. No ciclo 2018/2019, a produção foi de 73,1 milhões de toneladas.
“Com relação ao plantio da segunda safra, previsto para iniciar em janeiro, existe ainda um quadro de indefinição com relação à amplitude no aumento da área plantada. O atraso no plantio da soja em todo o país, principal liberador de área para o plantio da segunda safra do cereal, por conta da falta e da desuniformidade das chuvas, criou uma expectativa de risco por conta do ciclo da soja, que poderá ter sua evolução avançando sobre fevereiro, e encurtar a janela de plantio favorável ao milho de segunda safra”, afirma o relatório.
Para a terceira safra de milho, que se trata do cereal produzido na região da Sealba (Sergipe, Alagoas e nordeste da Bahia), como também no Amapá e Roraima,
a produção inicialmente estimada será de 1,1 milhão de toneladas, queda de 5,1% em relação às 1,2 milhão de toneladas.