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Milho

Conflito entre EUA-Irã pode dificultar exportação de milho pelo Brasil

Conforme últimos dados do Ministério da Economia, no acumulado de 2019 até novembro, o Irã foi o segundo maior comprador do grão brasileiro

saca de milho em grão
Foto: Ascom/Seagri

O aumento das tensões entre Estados Unidos e Irã pode dificultar as exportações de milho do Brasil para o país persa, avalia o diretor-geral da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), Sérgio Mendes. “Essa situação preocupa, pois o Irã é um dos maiores destinos do milho brasileiro”, disse. 

Conforme o órgão governamental Estatísticas de Comercio Exterior do Agronegócio Brasileiro (Agrostat), no acumulado de 2019 até novembro, dado mais recente de exportação por país, o Irã foi o segundo maior comprador de milho brasileiro, com 5,1 milhões de toneladas, atrás apenas do Japão. Em 2018, o país foi o maior importador de milho produzido por aqui, com 6,3 milhões de toneladas. 

Segundo Mendes, embora o comércio de alimentos esteja livre de sanções, caso haja restrições dos EUA a transações bancárias de câmbio da moeda iraniana para o dólar exportadores brasileiros podem ter problemas em receber o pagamento referente aos embarques de milho. O representante da Anec destacou ainda que o Irã é um grande consumidor de milho porque produz carne frango para consumo interno. 

“Para não importar frango, eles acabam importando milho”, disse. O Irã também compra soja do Brasil, mas não está entre os maiores destinos. Caso o Brasil tenha de fato mais dificuldade em exportar para o Irã, parte do milho brasileiro poderá ser redirecionada a outros destinos no exterior ou ficar no mercado interno. 

“O que preocupa é o milho. Na medida que milho alterna com a soja [no sistema de exportação brasileiro], e o Irã é um destino tão importante, não teria o que fazer com esse milho. Vai complicar a nossa vida”, avaliou. 

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