Congresso Internacional de Inovação aponta os quatro desafios para o Brasil

Evento com especialistas internacionais debaterá nesta quarta e quinta, na Fiergs, entraves e saídasMesmo que os investimentos em pesquisa e desenvolvimento de produtos no Brasil tenham triplicado nesta década, o país continua amargando uma posição incômoda no cenário internacional da inovação. A explicação parece simples: mesmo que os recursos disponíveis tenham aumentado, continuam majoritariamente na mão do Estado e, em relação ao PIB, estão estagnados há 30 anos.

O tema ? estratégico ? começa a ser debatido nesta quarta, dia 17, na Fiergs, em Porto Alegre (RS), durante 3º Congresso Internacional de Inovação. O encontro vai reunir um time de especialistas capaz de fomentar debate sobre as necessidades do país no segmento.

? Como somos um país jovem, temos sempre de fazer mais que os outros. É necessário exagerar na educação, no empreendedorismo e comprometer governos, empresários e universidades com esse tema ? opina Ricardo Felizzola, coordenador do Conselho de Inovação e Tecnologia da Fiergs, organizadora do Congresso.

Palestrante do congresso, o diretor executivo da Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei), Naldo Dantas, identifica no ainda difícil relacionamento entre empresas e universidades o grande problema a superar:

? Nosso conhecimento científico é bom. O problema é que não está focado no mercado.

O coordenador do Núcleo de Gestão da Inovação Tecnológica (Nitec) da Escola de Administração da UFRGS, Paulo Zawislak, avalia que a situação melhorou muito. Inovação não se mede apenas em produção de chips ou de equipamentos de alta tecnologia, diz.

? Não estamos maduros para desenvolver um automóvel nacional, mas a laranja brasileira, por exemplo, é a melhor do mundo. Isso significa investimento em genética, em modelo de produção, em valor. O país precisa reconhecer suas potencialidades e apostar nelas ? avalia.