Cooperativa de Santa Catarina critica acordo sobre a Brasil Foods

Aurora acredita que medida não dá chance para competição no mercado de carnes processadasO acordo que selou a fusão entre Perdigão e Sadia na BRF - Brasil Foods não foi suficiente para criar competição no mercado de carnes processadas, afirmou o presidente da Coopercentral Aurora, Mário Lanznaster.

? Não gostei do acordo. A BRF continuará com 60% a 70% do mercado. Isso é ruim para o consumidor e também para o concorrente. A desigualdade continuou muito grande ? disse.

A Aurora é uma tradicional cooperativa de produtores de Santa Catarina, que concorre com a Seara num distante segundo lugar, com 10% do mercado de carnes processadas.

? Como cooperativa, reunimos pequenos produtores que não têm o mesmo poder de fogo de uma sociedade anônima. Houve pouca preocupação [do Cade] com essa classe ? disse.

Esta também foi uma crítica recorrente entre representantes de criadores de aves e suínos.

Para o presidente da BR Frango, Reinaldo Morais, ex-sócio da Frangobrás, vendida para a norte-americana Tyson Foods em 2008, as limitações impostas pelo Cade não resolveram o problema da concentração.

? O consumidor via nas duas marcas produtos similares. Se ele não encontrar Perdigão na gôndola do supermercado, vai acabar migrando naturalmente para a Sadia ? disse.

A BR Frango inicia operações no Paraná no último trimestre deste ano.

Lanznaster disse que, ao suprimir a marca Perdigão por alguns anos, o Cade deu um “jeitinho” no processo. Ele espera que as marcas, fábricas e granjas das quais a BRF será obrigada a se desfazer sejam vendidas para várias empresas separadas.

? Será melhor para a concorrência se tivermos várias pequenas e médias empresas no mercado ? disse.