Com a oferta menor e a demanda firme, o resultado é o aumento dos preços do etanol nos postos. Segundo levantamento da Agência Nacional do Petróleo, em 19 Estados está mais vantajoso abastecer os automóveis com gasolina.
Um exemplo é o estado do Rio Grande do Sul. Em Porto Alegre não vale a pena abastecer carros flex com álcool. O preço médio na capital gaúcha gira em torno de R$ 2,17 enquanto a gasolina custa R$ 2,49. Ou seja, o valor do álcool equivale a 95% do custo da gasolina. Um dos motivos para que o preço não seja competitivo, segundo a Sulpetro, é que o Rio Grande do Sul não é produtor de etanol e o frete do combustível que vem de São Paulo fica em torno de R$ 0,14 o litro.
Em Mato Grosso a situação é diferente, abastecer com etanol ainda é vantajoso para o consumidor. Isso porque o preço do combustível equivale a 68,21% do valor da gasolina. Entretanto, os valores cobrados pelos dois produtos são mais caros do que os da média nacional. O litro do etanol custa cerca de R$ 0,09 a mais, já o da gasolina quase R$ 0,25 mais caro.
Além de Mato Grosso, o único Estado em que ainda vale a pena abastecer com etanol é Goiás. Já em São Paulo, onde está a maior parte das usinas do país, etanol e gasolina estão empatados.
A expectativa é para o início da safra. A chuva não chegou a castigar muito a lavoura. A próxima safra começa em abril e a expectativa de produção é a mesma do ano passado, 550 milhões de toneladas na região Centro-sul. Só então o preço do etanol deve começar a diminuir.
Segundo o presidente do Sindicato de Comércio Varejista e Derivados do Estado de São Paulo, José Alberto Paiva Gouveia, a oferta de etanol vai depender do preço do açúcar no mercado internacional. A dica para o consumidor é ficar atento ao preço do etanol que para valer a pena não pode passar de 70% do valor pago pela gasolina.