Na comparação com o mesmo trimestre (novembro-janeiro) do período anterior (2007/2008), quando o Inpe registrou 2.527 quilômetros quadrados de desmatamento, houve queda de 70,2%, como adiantou o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc. Segundo ele, o aumento da cobertura de nuvens nesse período, que dificulta a visibilidade, justifica apenas em parte essa redução.
? A queda foi muito maior, muito mais significativa e foi devido ao trabalho do Ibama, Polícia Federal, da Resolução do Banco Central, dos Leilões de Boi Pirata e de madeira pirata.
Normalmente, os números do Deter são divulgados mensalmente, mas, por causa do chamado “inverno amazônico”, o Inpe preferiu reunir os dados em uma base trimestral “para assegurar melhor amostragem e melhor representatividade espacial das análises”, de acordo com o relatório do instituto. Em novembro de 2008, o Deter registrou 355 quilômetros quadrados de desmatamento; em dezembro, 177 quilômetros quadrados; e em janeiro, 222 quilômetros quadrados.
No acumulado do trimestre, Pará manteve a liderança entre os Estados desmatadores, com 318,7 quilômetros quadrados de floresta derrubados (42% do total registrado). O Mato Grosso aparece em seguida, com 272 quilômetros quadrados (36%), seguido pelo Maranhão, onde 88,4 quilômetros quadrados foram desmatados (11%). Rondônia, que sempre aparece entre os Estados que mais desmatam, derrubou 58,12 quilômetros quadrados de floresta, 7% do total verificado no período.
De acordo com o Inpe, em Mato Grosso e no Pará a cobertura de nuvens no período foi menor, o que possibilitou monitoramento mais qualificado do que em outros Estados. A cobertura de nuvens na região chegou a impedir a visualização de 86% da Amazônia Legal no período.
? Alguns Estados como Acre, Amazonas, Amapá e Roraima praticamente não foram monitorados devido à alta proporção de cobertura de nuvens no período. Dessa forma, os resultados obtidos nessa avaliação são mais representativos para os Estados de Mato Grosso e Pará ? aponta o relatório.
No Maranhão, a fiscalização ambiental verificou aumento da área devastada. Em alguns municípios do Estado, foi observada a concentração de usinas de carvão.
? É possível a gente dizer que um dos motivos dessa migração, desse aumento no Maranhão, pode ser justamente a repressão que nós temos efetuado na área mais crítica, que seria Pará, Roraima e Mato Grosso ? afirma a delegada da Divisão de Meio Ambiente da Polícia Federal, Fernanda Santos.
O Deter mapeia corte raso (derrubada total) e áreas em processo de desmatamento, a chamada degradação progressiva. O sistema serve de alerta para as ações de fiscalização e controle dos órgãos ambientais.
* Matéria corrigida às 17h42min