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Dirigente do setor nega que fertilizantes sejam principais vilões dos altos custos

Torvaldo Mazolla Filho, da Anda, disse que o segmento é o menos protegido no BrasilO vice-presidente da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), Torvaldo Mazolla Filho, contestou nesta quarta, dia 3, a tese de que os preços dos fertilizantes sejam os principais vilões da alta nos custos de produção no Brasil. Ele concedeu entrevista ao programa Mercado e Companhia, direto de Esteio (RS), onde se realiza a Expointer.

Mazolla Filho foi um dos participantes do Fórum Canal Rural, que discutiu o custo do milho na alimentação humana. Para ele, o problema é a falta do que chama de políticas saudáveis de proteção ao agronegócio brasileiro. Se por um lado, não há subsídios, disse ele, por outro, há entraves técnicos, burocráticos e tributários.

? O setor de fertilizantes é o menos protegido porque qualquer um pode importar fertilizante para onde quiser, sem imposto de importação e sem ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, cobrado em nível estadual] ? disse o vice-presidente da Anda.

Mazolla Filho acrescentou:

? Essas taxas e tributos só penalizam a comida do prato do trabalhador e prejudicam o exportador de commodity agrícola. Este ano, vamos ter uma despesa de R$ 2 bilhões no custo do fertilizante para pagar o Adicional para Renovação de Frete da Marinha Mercante (AFRMM) e lembre-se que não temos marinha mercante. É uma taxa meramente arrecadatória, da ordem de 25% do valor do frete.

Segundo Torvaldo Mazolla Filho, o Brasil deverá importar 80% do que precisa, o que representa um aumento da dependência em relação ao ano passado. Ainda de acordo ele, o milho é a segunda cultura que mais usa fertilizantes no Brasil, atrás apenas da soja.

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