Um dos grandes diferenciais dessas cultivares é o ciclo precoce, grupo de maturidade 6.5, e o tipo de crescimento indeterminado, o que permite a semeadura da soja a partir de 5 de outubro, viabilizando o plantio do milho safrinha em época oportuna. Os lançamentos são indicados para o Paraná, São Paulo, Santa Catarina e sul do Mato Grosso do Sul.
? Esta é uma grande demanda dos produtores desta região que querem produzir a soja e depois o milho na mesma safra, buscando assim maior rentabilidade ? explica o pesquisador Antonio Eduardo Pípolo, da Embrapa Soja.
Além desta característica, as duas cultivares são altamente produtivas. Em testes de experimentação da Embrapa e da Fundação Meridional, conduzidos por três anos em mais de 40 pontos, a BRS 283 apresentou rendimento médio de 1,7% acima do melhor padrão com que foi comparada.
? Por outro lado, a produtividade da BRS 284 foi 7% superior ao melhor padrão disponível no mercado ? destaca Pípolo.
A BRS 283 e a BRS 284 têm ainda resistência moderada ao nematóide de galha M. javanica, espécie mais agressiva e muito comum das áreas em que predomina o sistema de produção soja-milho safrinha. Os nematóides são pragas do solo de difícil erradicação e as medidas de controle mais eficientes são a rotação/sucessão de culturas ou a utilização de cultivares de soja resistentes.
Além da resistência moderada ao nematóide de galha, a BRS 283 e a BRS 284 são também resistentes à pústula bacteriana, ao cancro da haste, à mancha “olho-de-rã”; sendo moderadamente resistente à podridão parda da haste.
Segundo Ralf Udo Dengler, gerente executivo da Fundação Meridional, atualmente estão implantados 1.440 hectares com a BRS 283, estimando-se produzir 2.880 toneladas de sementes certificadas. Com relação a BRS 284, estão implantados 1.580 hectares, que devem gerar produção estimada de 3.160 toneladas de sementes. O resultado da multiplicação, nesta safra, será disponibilizado aos agricultores na safra 2009/2010.