A Embrapa ainda não se pronunciou sobre o documento assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas técnicos da empresa comentam que a estatal poderá ter mais flexibilidade em suas ações.
Até agora, a Embrapa precisava se valer de artifícios para atuar fora do Brasil, já que essa atividade não estava em conformidade com seu estatuto. O laboratório que a empresa tem nos Estados Unidos somente tornou-se possível por conta de um “arranjo”, nas palavras do próprio presidente da estatal, Pedro Arraes. A unidade em território norte-americano é tratada como um local de treinamento. Para atuar na África, a estatal fazia convênios com laboratórios de pesquisa dos Estados Unidos e, por meio dessa parceria, chegava a outros continentes.
Em entrevista realizada em julho do ano passado, quando tinha apenas 15 dias a frente do cargo, Arraes disse à Agência Estado que uma de suas principais bandeiras no comando da estatal seria a sua abertura para o mercado externo. Na ocasião, ele informou que, ao fincar de vez a bandeira no exterior, os primeiros parceiros seriam países de língua portuguesa na África, citando especialmente Angola e Moçambique.
Para esses países, já há um projeto-piloto preparado para ser implantado. Depois de três ou quatro anos de atuação, haverá uma avaliação dos resultados e as experiências acumuladas poderão ser transmitidas para a chegada da Embrapa a outros países.