? Ninguém imagina que possa ser possível utilizar adubo orgânico como matéria-prima na confecção de tijolo ? diz o pesquisador. Depois de muito estudo, ele chegou a um aditivo que permite a mistura do lixo, solo e cimento e resulta em tijolos resistentes e perfeitamente adequados para a construção civil. A fórmula é segredo, mas ele garante que o custo é baixo e todos os elementos da composição são fáceis de encontrar.
Para demonstrar o potencial da fabricação dos tijolos orgânicos, Badejo diz que uma cidade como o Rio de Janeiro coleta, por dia, 8 mil toneladas de resíduos domésticos e 60% podem ser transformados em adubo.
? Com a adequação desse fertilizante e destinando-o à construção civil, obtém-se a cada dia 1,2 mil toneladas que, segundo cálculos, são suficientes para compor 50% de toda a alvenaria necessária para a construção de 50 mil casas ao final de um ano. Com isso, todo o lixo orgânico da cidade seria eliminado. Isto é sustentabilidade ? defende.
Para reforçar que essa transformação é plenamente comprovável, ele informa que protótipos foram analisados pelo Laboratório de Microbiologia da Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro (Comlurb), que atestou a qualidade sanitária satisfatória, e pelo Laboratório de Concretos da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), onde foi comprovada a resistência em conformidade com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). No entanto, ressalva que são precisos recursos financeiros para a produção ganhar escala.
? Com a isenção de tributos como ICMS, IPI e obtenção de crédito de carbono, o preço final para o consumidor pode chegar a R$ 0,20. O valor equivale a 35% do preço do tijolo de cerâmica vermelha ? reforça.
Baseado no mesmo princípio, Badejo desenvolveu outros produtos como ladrilhos, placas de isolamento térmico e brita.
? A disposição dos lixos em aterros aumentam o volume de emissão de metano, um dos gases que contribuem para o aquecimento global. Quanto ao uso do adubo orgânico, uma conveniência é que sua utilização é aprovada pela Nações Unidas para concessão de créditos de carbono. Além de ser ecológico, produtos feitos a partir do lixo podem empregar milhares de pessoas ? defende.