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Empresas mudam rotas para fugir de portos ruins

Santos recebeu a terceira pior nota em pesquisa com 187 empresas instaladas no paísA precária infraestrutura dos portos brasileiros tem castigado a vida das empresas que dependem do comércio exterior. No último ano, apesar de a crise financeira ter arrefecido a demanda global, muitas companhias sofreram para embarcar (ou desembarcar) suas mercadorias. A operação virou uma corrida de obstáculos, que envolveu a falta de estrutura dos acessos rodoviários, ferroviários e marítimos, excesso de burocracia, custos elevados dos serviços, baixa frequência de navios e falta de contêiner

Segundo uma pesquisa feita pelo Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos), com 187 grandes empresas instaladas no país, a conjunção desses problemas tornou inviável o uso de alguns portos. Dos grupos consultados entre outubro e dezembro do ano passado, 23% não conseguiram usar algum terminal no país e tiveram de mudar sua rota tradicional.

Em alguns casos, isso significou cruzar o Nordeste até os portos do Sul e Sudeste, que também estão saturados. Um exemplo disso é Santos, o maior complexo portuário da América Latina, responsável por 27% do comércio exterior brasileiro. O porto recebe carga de toda parte do Brasil e, às vezes, não consegue dar conta de toda essa movimentação, especialmente por causa de restrições na estrutura física, como o acesso rodoviário, ferroviário e dos canais de navegação, explica o diretor do Ilos, Paulo Fleury.

O complexo recebeu a terceira pior nota das empresas entrevistadas pelo instituto, que montou um ranking dos dez principais portos do país. Suape (PE) recebeu a melhor avaliação e Salvador (BA) ficou com o último lugar nesse grupo. A posição do porto baiano é explicada pela falta de capacidade para atender à demanda local, destaca o diretor executivo da Associação de Usuários dos Portos da Bahia (Usuport), Paulo Villa.

Segundo ele, boa parte das companhias é obrigada a recorrer a portos de outros Estados para exportar seus produtos. É o caso, por exemplo, do algodão produzido no oeste baiano. A rota mais econômica para transportar o produto seria pelo Porto de Salvador, que fica a cerca de 850 quilômetros da região. Mas, por falta de capacidade do terminal, os produtores estão sendo obrigados a percorrer quase 1,7 mil quilômetros até o Porto de Santos.

Na avaliação das empresas, o problema campeão de reclamação é o acesso terrestre, totalmente despreparado para atender ao aumento da demanda. Em alguns casos, os caminhões têm de aguardar mais de um dia para conseguir descarregar o produto e sair novamente carregado.

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