Machado falou sobre as políticas da agrobiodiversidade, agroecologia e sustentabilidade a partir de um panorama histórico da agricultura no mundo, onde foram identificados pontos favoráveis e contrários à evolução tecnológica no agronegócio. As conseqüências do uso dos fertilizantes químicos e da engenharia genética, por exemplo, foram citados por ele como questões emblemáticas.
Segundo ele, no caso das Filipinas, grande país produtor de arroz, a modernização causou, de certa forma, perdas não apenas na biodiversidade do produto, mas também dos valores sociais e culturais.
? Além da redução nessa diversidade, houve também a contaminação da prática agrícola nos arrozais, com a introdução dos insumos químicos ? explicou.
Outros exemplos são a Etiópia, Quênia e Tansânia, todos na África, produtores de sorgo, trigo e cevada.
? Atualmente, esses países estão sofrendo de estresse ambiental em conseqüência da contaminação química do solo. Isso acarreta a perda de variedade dos produtos ? afirmou.
Já o pesquisador da Embrapa Elíbio Rech defendeu o uso dos transgênicos na agricultura. Ele enfatizou os resultados obtidos pelo Brasil nesta área e disse que as possibilidades da genética vão além da questão agrícola.
? Os estudos feitos até agora mostram que não há riscos para a saúde, em relação ao uso desta tecnologia ? destacou.
Para ele, esse tipo de produto pode até contribuir para a expansão da agricultura familiar.
O coordenador da Fetraf-Sul, Altemir Antônio Tortelli, discordou da idéia.
? Não acreditamos que o caminho para a agricultura familiar seja os transgênicos. A base para o projeto de desenvolvimento sustentável do país passa pela pesquisa e pela assistência técnica voltadas à agroecologia ? argumentou.