? Eu não encaro como uma entrada buscando o desenvolvimento do agronegócio na região. Infelizmente, é o que a gente verifica nessas terras na grande maioria dos negócios de que ouvimos falar ? disse a pesquisadora, destacando que é preciso lembrar que há pessoas que se preocupam com a exploração sustentável da região.
Ainda segundo Jaqueline, a terra mais barata e em grande quantidade no Brasil mantém o país entre os principais alvos para investimentos, especialmente de estrangeiros.
? Há grandes grupos estrangeiros estruturados que são oriundos da atividade agrícola que, em termos de volume de terras, são os maiores participantes. Mas também temos visto a entrada de fundos de investimento que vêm com o simples intuito da especulação ? disse Jaqueline Bierhals.
Outro fator que contribui, conforme a pesquisa feita pela AgraFNP, é o fato da lei que regulamenta a compra de terras por estrangeiros ainda não ter sido mudada.
Valorização
De acordo com a AgraFNP, entre maio e junho deste ano o preço médio do hectare no Brasil ficou em R$ 4,287 mil. O ganho nominal em comparação com período de julho e agosto de 2007 é de 17%. Já o ganho real é de 2,9%. Em comparação com os últimos 36 meses, a valorização média foi de 40,5% frente a uma inflação de 20%, o que resultou em ganho real de 6,4%.
A região Sul foi a que apresentou maior valorização de terras em 12 meses (28,2%). A região Norte apresentou aumento de 24,5% no período. No Centro-Oeste e no Nordeste, a alta foi de 18% e, na região Sudeste, a foi de apenas 9,3%.
As áreas para grãos ainda são as mais procuradas. A liquidez é considerada extremamente alta em áreas de fronteira, onde os valores são menores. A pesquisa revelou também uma recuperação nos negócios com áreas para pastagens.