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Especulação e falta de regulamentação na venda contribuem para elevação do preço da terra

Segundo Jaqueline Bierhals, estrangeiros investem no Brasil tanto para produzir quanto especularA pesquisadora do mercado de terras da AgraFNP Jaqueline Bierhals comentou nesta segunda, dia 21, em entrevista ao programa Mercado e Companhia, fatores que estão contribuindo para a elevação do preço das terras no Brasil. Conforme Jaqueline, a compra de áreas por estrangeiros tanto para produção como para especulação tem forte peso na elevação do valor do hectare. A comercialização de terras na Amazônia é outro ponto que preocupa a pesquisadora.

? Eu não encaro como uma entrada buscando o desenvolvimento do agronegócio na região. Infelizmente, é o que a gente verifica nessas terras na grande maioria dos negócios de que ouvimos falar ? disse a pesquisadora, destacando que é preciso lembrar que há pessoas que se preocupam com a exploração sustentável da região.

Ainda segundo Jaqueline, a terra mais barata e em grande quantidade no Brasil mantém o país entre os principais alvos para investimentos, especialmente de estrangeiros.

? Há grandes grupos estrangeiros estruturados que são oriundos da atividade agrícola que, em termos de volume de terras, são os maiores participantes. Mas também temos visto a entrada de fundos de investimento que vêm com o simples intuito da especulação ? disse Jaqueline Bierhals.

Outro fator que contribui, conforme a pesquisa feita pela AgraFNP, é o fato da lei que regulamenta a compra de terras por estrangeiros ainda não ter sido mudada.

Valorização

De acordo com a AgraFNP, entre maio e junho deste ano o preço médio do hectare no Brasil ficou em R$ 4,287 mil. O ganho nominal em comparação com período de julho e agosto de 2007 é de 17%. Já o ganho real é de 2,9%. Em comparação com os últimos 36 meses, a valorização média foi de 40,5% frente a uma inflação de 20%, o que resultou em ganho real de 6,4%.

A região Sul foi a que apresentou maior valorização de terras em 12 meses (28,2%). A região Norte apresentou aumento de 24,5% no período. No Centro-Oeste e no Nordeste, a alta foi de 18% e, na região Sudeste, a foi de apenas 9,3%.

As áreas para grãos ainda são as mais procuradas. A liquidez é considerada extremamente alta em áreas de fronteira, onde os valores são menores. A pesquisa revelou também uma recuperação nos negócios com áreas para pastagens.

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