Os efeitos da seca já são vistos no campo. As lavouras estão sofrendo com a falta água. Em algumas regiões não chove há 30 dias. Na plantação do produtor rural Jaime Luiz Coradini não é diferente. A estiagem acontece em um momento importante para o desenvolvimento do milharal, o enchimento dos grãos. Com isso a produtividade do 1,2 mil hectares deve ficar bem abaixo da média esperada.
Jaime diz que plantou para colher bem, com bastante tecnologia, mas com a estiagem, a produtividade deve cair muito. Não deve colher nem mesmo a média de 90 sacas por hectare, registrada na safra passada.
Na região da grande Primavera, em Mato Grosso, que engloba seis municípios, foram cultivados cerca de 550 mil hectares de milho safrinha. A estimativa é de que apenas 10% desta área, que representam as lavouras plantadas mais cedo, estejam livres dos efeitos da estiagem. Já o desempenho de todo o restante das plantações ficará seriamente comprometido, caso a seca continue.
De olho na situação das plantações de milho, o presidente do Sindicato Rural de Primavera do Leste, Milton Rosseto destaca a gravidade do problema. Ele comenta que hoje 90% das lavouras estão sob ameaça da falta de chuva, e que, se não chover nos próximos dias, até 60% das plantações poderão ser “deixadas” no campo, ou seja, não devem ser colhidas pelos produtores.
Em Mato Grosso foram cultivados dois milhões de hectares de milho safrinha. A expectativa inicial era colher 9,5 milhões de toneladas do grão. Mas diante da estiagem prolongada em praticamente todas as regiões do Estado, este volume deve ser reduzido. Caso não chova nas próximas semanas, as perdas podem chegar a 40%, segundo estimativa das entidades do setor.