A consultoria agrícola francesa Strategie Grains disse que os estoques de grãos da União Europeia (UE) estão aumentando à medida que mais trigo, cevada e milho chegam ao continente via países do Leste Europeu e Espanha.
A Strategie Grains disse que o aumento das importações de trigo ucraniano, especificamente, mostrou que o mercado estava menos apertado do que o esperado e que há uma posição de estoque final muito confortável para a UE.
Em relatório, a consultoria afirma que o mercado de trigo da UE deve encerrar a temporada 2022/23 com superávit de 2,9 milhões de toneladas, bem acima da estimativa anterior de 100 mil toneladas na previsão do mês passado.
O balanço de cevada e milho também deve aumentar respectivamente para 800 mil toneladas e 1,3 milhão de toneladas, ante 600 mil toneladas e 500 mil toneladas previstas anteriormente.
A escassez de milho após o verão seco da Europa deve ser reduzida graças ao aumento das importações da Ucrânia e do Brasil.
“Se não houver mais escalada da guerra na Ucrânia e se o corredor marítimo continuar operando, as importações de milho ucraniano pela UE podem exceder o nível já alto que prevemos atualmente. Nesse caso, a fragilidade do mercado diminuiria substancialmente”, acrescentou a consultoria.
Grãos da Ucrânia
Esta semana, dados do Ministério da Política Agrária e Alimentação da Ucrânia mostraram que o país havia embarcado 6,9 milhões de toneladas de grãos, vegetais e óleos comestíveis em setembro, quase igualando as 7,1 milhões de toneladas exportadas em igual período do ano passado.
A Strategie Grains espera que o consumo de grãos da União Europeia seja menor caso haja recessão na zona do euro – com demanda inferior nos setores de ração animal e etanol.
A consultoria observou que os preços subiram nas últimas semanas devido a preocupações com a segurança do corredor de grãos do Mar Negro, mas garante que preços mais baixos devem ser registrados no longo prazo com o aumento dos níveis de estoque.
A volatilidade dos preços, no entanto, deve permanecer por causa do prolongado conflito no Mar Negro, preocupações econômicas e incertezas geopolíticas em torno do corredor de grãos, acrescentou.