Milho

Exportação de milho cai 38% em relação a março de 2020

Competição com a soja nos portos, preços internos mais altos e pouca oferta desestimulam os embarques do cereal

O Brasil exportou 294,5 mil toneladas de milho em março, 38% a menos do que em igual mês do ano passado, quando foram embarcadas 472,7 mil toneladas do cereal. A receita com as vendas ao exterior no mês passado atingiu US$ 74,9 milhões, 17% abaixo do verificado em março de 2020, US$ 89,9 milhões.

Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia e consideram milho não moído, exceto milho doce.

O volume exportado em março aponta a natural desaceleração dos embarques ao longo do primeiro semestre. Em fevereiro, o país embarcou 822,9 mil toneladas de milho, 142% mais do que em fevereiro de 2020.

No acumulado do ano, o Brasil já enviou ao exterior cerca de 3,666 milhões de toneladas de milho, 25,5% acima dos 2,920 milhões de toneladas exportadas nos três primeiros meses de 2020.

A receita acumulada entre janeiro e março de 2021, de US$ 1,188 bilhão, supera em 128,6% a apurada em igual intervalo de 2020, de US$ 519,6 milhões.

Em março, o preço médio pago por tonelada de cereal exportada foi de US$ 254,30, 33,8% acima dos US$ 190,10 por tonelada verificados em março do ano passado. O valor também é 17,2% maior do que o apurado em fevereiro deste ano, de US$ 217.

O que levou à queda na exportação do milho?

Segundo o analista de mercado Vlamir Brandalizze, o recuo nos embarques do cereal pode estar ligado a três fatores: a menor oferta de milho nesta safra; o aumento das exportações de soja, que começaram a ganhar ritmo este mês após atraso na colheita; e os preços do mercado doméstico acima do que os exportadores estão ofertando, fazendo com que o cereal fique no Brasil.