Na própria sexta, a Doux havia informado que na proposta, construída em conjunto com instituições “parceiras” financeiras, “os produtores integrados terão os valores disponíveis em sua conta bancária logo após a entrega de contrato de crédito, garantido pela Doux Frangosul”.
Segundo o presidente da Fetag-RS, Elton Weber, o produtor tomaria um empréstimo bancário, por meio de uma cédula de financiamento, no valor total que tem a receber da empresa. A Doux, por sua vez, seria a avalista e a garantidora da operação e também a responsável pela quitação do empréstimo junto ao banco.
? Esse é um tipo de operação que a empresa faz quando o produtor quer investir no aviário, por exemplo ? explicou Weber, em entrevista à Agência Estado.
? O melhor mesmo seria a empresa pagar os débitos com seu próprio dinheiro, mas nosso jurídico avaliou que parece ser uma boa alternativa para aqueles que precisam imediatamente do capital. Entretanto, há riscos ? disse.
No caso de a Doux não quitar o empréstimo, o produtor pode ser acionado para pagar o financiamento, ainda que a empresa seja garantidora e avalista.
? Mas se a empresa não pagar, a mesma também pode entrar na lista do Serasa e do Cadin, da Secretaria de Fazenda ? declarou.
O parecer jurídico foi apresentado na quarta, dia 6, para sindicatos dos trabalhadores rurais e representantes dos avicultores e suinocultores da região que são fornecedores da Doux.
? Não cabe a nós dizermos se o agricultor deve aceitar a proposta ou não. O que fizemos foi um esclarecimento para um melhor entendimento do acordo ? declarou Weber.
? Não quer dizer que as nossas conversas com a empresa acabaram. Já sabemos que alguns agricultores aceitaram e outros não. Não vamos parar de continuar negociando com a empresa e defendendo o que é melhor para todos ? completou.