Frialto deve propor correção da dívida pelo preço do boi

Proposta do plano de recuperação judicial das empresas do grupo deve ser analisada pelos credoresA Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) promove nesta quarta, dia 1º, às 15 horas, na sede regional da entidade em Sinop (505 km ao norte de Cuiabá), uma reunião da diretoria do grupo Frialto com pecuaristas de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia. Segundo nota divulgada pela Acrimat, na reunião será discutida a nova proposta do plano de recuperação judicial das empresas do grupo Frialto, que será analisada pelos credores na terceira assembleia programada para o dia 2 de dezemb

O superintendente da Acrimat, Luciano Vacari, diz que a nova sugestão do Frialto deve ser a de indexação da divida dos produtores a cotação da arroba do boi gordo.

? Nós temos informação de que o Frialto pretende converter a dívida equivalente ao preço da arroba e o valor seria corrigido conforme a cotação do boi gordo. Mas não sabemos detalhes dessa proposta, como prazo e número de parcelas ? diz ele.

Vacari afirmou que após a reunião os dirigentes da Acrimat e os pecuaristas credores irão avaliar a nova proposta do Frialto. Armando Biancardini Candia, assessor jurídico da entidade, diz que a intenção é definir uma posição em relação ao assunto, para agilizar o processo de discussão na próxima assembleia. A primeira assembleia de credores, convocada para o dia 21 de outubro, foi suspensa por falta de proposta do Frialto. A segunda assembleia, em 10 de novembro, foi suspensa a pedido de 98% dos credores presentes, para avaliar a oferta de pagamento à vista de até R$ 25 mil, e dividido de forma escalonada o restante da dívida em até 5 anos.

O Frialto, que entrou em processo de recuperação judicial em maio deste ano, deve R$ 95 milhões a 1.203 pecuaristas credores de 12 Estados. A maior parte dessa dívida está concentrada em Mato Grosso (50,37%). Segundo a Acrimat, o frigorífico deve R$ 47,874 milhões a 594 pecuaristas de Mato Grosso. Em segundo lugar se destaca Rondônia, onde o frigorífico deve R$ 18,083 milhões para 296 credores, seguido de Mato Grosso do Sul (R$ 14,612 milhões para 202 credores), Pará (R$ 5,305 milhões para 66 credores), Paraná (R$ 3,443 milhões para 21 credores) e São Paulo (R$ 3,875 milhões para 18 credores).