De acordo com o levantamento, a família brasileira, que gasta em média R$ 2.626 mil por mês, destina 61,3% a despesas com alimentação, habitação e transporte. Desse total, 16,1% vão para os alimentos e 16% são gastos com locomoção. Para assistência à saúde, são destinados 5,9% do orçamento e à educação, 2,5%.
Em relação à POF elaborada em 2002-2003, nota-se uma queda nos gastos com alimentos, que antes eram de 17,1%, e um aumento das despesas com transporte ? passaram de 15,1% para 16% do orçamento familiar. O dinheiro destinado à habitação se manteve estável (de 29,3% para 29,2%).
Segundo o gerente da pesquisa, Edilson Nascimento, o aumento das despesas com transportes pode estar ligado à variação dos preços dos combustíveis e ao aumento da demanda (mais pessoas incluem o gasto nas despesas familiares), reflexo da expansão do mercado de trabalho.
? Talvez, por alternativas de mercado, como o preço da alimentação, com a alternativa fora do domicílio aumentando, as pessoas ocupadas em atividades fora do domicílio procuraram formas mais baratas de se alimentar como os fast foods e (os restaurantes) a quilo ? avaliou Nascimento.
Ele explica que os gastos com alimentação fora do domicílio não foram contabilizados no percentual de 16,1%.
Entre os meios rural e o urbano, o perfil dos gastos é diferente. No campo, as pessoas gastam mais com alimentação (27,6% dos gastos de consumo) e menos com habitação (30,6%), do que quem vive nas cidades (19% e 36,4%, respectivamente), ainda que essas despesas venham aumentando ao longo dos anos, principalmente, no meio rural. Na pesquisa anterior, a participação era de 28,6%.
? A população rural está tendo mais acesso ao setor de serviços, como telefonia, que antes era mais dificultado, e isso faz subir os gastos com habitação, que incluem taxas e serviços, além de gastos com mobiliário, artigos para o lar e eletrodomésticos, por exemplo ? completou Nascimento.
Na cidade, os gastos com alimentação fora do domicílio também é maior, com destaque para a despesa média na Região Sudeste, onde o valor chega a R$ 172,78 por mês ? o maior do Brasil e mais que o dobro do valor da Região Nordeste (R$ 81,23), embora o menor percentual de gastos com alimentação fora do domicílio tenha sido o da Região Norte (21,4%).
A pesquisa também destaca que as despesas com assistência à saúde variam de acordo com a renda. Famílias com rendimento de até R$ 830 gastam mais com remédios (4,2%) do que com plano de saúde (0,3%). Nas famílias com renda superior a R$ 10.375, o percentual de gasto com remédio é de 1,9% da renda total e de 2,4%, com planos.