A disparada dos preços dos alimentos é apontada como um dos motivos da insatisfação popular que derrubou o governo da Tunísia e inspirou protestos no Egito. Além da África, a Ásia pode sofrer impacto com a alta das commodities. Zhu Min, conselheiro do Fundo Monetário Internacional (FMI), lembra que os alimentos respondem por 75% do índice de inflação ao consumidor na Índia.
? O impacto é enorme ? concordou o economista Nouriel Roubini.
Os emergentes enfrentam o desafio de administrar a política monetária para conter os índices de preços sem provocar pouso forçado da economia. No caso do Brasil, Roubini acredita que é preciso maior restrição fiscal a fim de domar a inflação.
A questão também é um dilema nos países desenvolvidos, principalmente na Europa, onde o crescimento ainda não engatou e a crise de dívida soberana traz receios. O continente embarcou numa onda de austeridade para conter o déficit público e, ao mesmo tempo, vê a inflação superar a meta de 2%.
As commodities sobem puxadas pelo forte crescimento dos emergentes. O movimento é exacerbado pela quantidade de dinheiro atualmente em circulação no mundo, gerada pela emissão de dólares nos Estados Unidos.