Inflação semanal recua em três das sete capitais analisadas pela FGV

Recuo na taxa dos alimentos in natura foi determinante para resultadoA inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) desacelerou em três das sete capitais pesquisadas pela Fundação Getulio Vargas (FGV). De acordo com o resultado de 15 de novembro, divulgado nesta terça, dia 18, houve decréscimo nas taxas de variação de Recife (de 0,68% para 0,43%), Salvador (de 0,41% para 0,37%) e São Paulo (de 0,65% para 0,54%).

Segundo o coordenador do IPC Brasil, André Braz, o recuo verificado na taxa dos alimentos in natura foi determinante para o resultado. Ele destacou, no entanto, que existem outros grupos importantes na formação do IPC que estão pressionando a inflação.

? Esse comportamento dos (alimentos) in natura não é duradouro, já que são itens muito voláteis que não garantem a continuidade desse processo pelo menos em médio prazo. Por outro lado, o que temos observado é a participação cada vez maior dos derivados do trigo e da soja que, embora em muitos casos ainda estejam com taxas negativas, apresentam tendência clara de aceleração ? explicou.

Braz destacou que na capital paulista, que tem maior peso na formação da taxa global, além do recuo dos alimentos in natura, contribuíram para a desaceleração da inflação o item arroz e feijão, cuja taxa passou de 1,96% para 0,42%.

? Um recuo de 1,54 ponto percentual para um item que reúne os dois principais produtos da culinária brasileira ? ponderou.

Segundo ele, esse movimento pode ser explicado pela safra atual, que garante uma maior oferta principalmente do feijão. O coordenador do IPC Brasil acredita que essa tendência verificada em São Paulo deve se espalhar por todo o território nacional pelo menos até o final deste mês.

De acordo com o levantamento da FGV, as capitais que apresentaram acréscimos em suas taxas de variação foram Belo Horizonte (de 0,49% para 0,59%), Brasília (de 0,93% para 1,14%), Porto Alegre (de 0,50% para 0,74%) e Rio de Janeiro (de 0,55% para 0,64%).

O IPC-S passou de 0,58% para 0,56%, o que representou um recuo de 0,02 ponto percentual. Para calcular o IPC-S, a Fundação Getulio Vargas coleta preços de aproximadamente 450 produtos e serviços usados por famílias com renda mensal de um a 33 salários mínimos residentes em sete capitais.