Segundo o coordenador do IPC Brasil, André Braz, o recuo verificado na taxa dos alimentos in natura foi determinante para o resultado. Ele destacou, no entanto, que existem outros grupos importantes na formação do IPC que estão pressionando a inflação.
? Esse comportamento dos (alimentos) in natura não é duradouro, já que são itens muito voláteis que não garantem a continuidade desse processo pelo menos em médio prazo. Por outro lado, o que temos observado é a participação cada vez maior dos derivados do trigo e da soja que, embora em muitos casos ainda estejam com taxas negativas, apresentam tendência clara de aceleração ? explicou.
Braz destacou que na capital paulista, que tem maior peso na formação da taxa global, além do recuo dos alimentos in natura, contribuíram para a desaceleração da inflação o item arroz e feijão, cuja taxa passou de 1,96% para 0,42%.
? Um recuo de 1,54 ponto percentual para um item que reúne os dois principais produtos da culinária brasileira ? ponderou.
Segundo ele, esse movimento pode ser explicado pela safra atual, que garante uma maior oferta principalmente do feijão. O coordenador do IPC Brasil acredita que essa tendência verificada em São Paulo deve se espalhar por todo o território nacional pelo menos até o final deste mês.
De acordo com o levantamento da FGV, as capitais que apresentaram acréscimos em suas taxas de variação foram Belo Horizonte (de 0,49% para 0,59%), Brasília (de 0,93% para 1,14%), Porto Alegre (de 0,50% para 0,74%) e Rio de Janeiro (de 0,55% para 0,64%).
O IPC-S passou de 0,58% para 0,56%, o que representou um recuo de 0,02 ponto percentual. Para calcular o IPC-S, a Fundação Getulio Vargas coleta preços de aproximadamente 450 produtos e serviços usados por famílias com renda mensal de um a 33 salários mínimos residentes em sete capitais.