A indefinição acerca da tabela que estabelece preços mínimos para o frete continua afetando o agronegócio. A JBS, maior processadora de proteína animal do mundo, decidiu importar milho da Argentina para baratear os custos de produção. A previsão é de que dois navios carregados com o grão atraquem ainda em agosto.
As 60 mil toneladas compradas vão abastecer as fábricas da companhia no Sul. “Essa foi a solução encontrada para fazer chegar os insumos necessários à produção já que o custo logístico no Brasil tem inviabilizado o transporte dentro do país”, afirmou a companhia em nota.
Segundo o analista de mercado Vlamir Brandalizze, a criação da tabela de frete elevou em quase 10% o preço do cereal no Brasil. Enquanto o grão argentino, vindo de navio, está valendo entre R$ 41 e R$ 42 por saca nos portos do Sul, a cotação do produto com origem em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul está entre R$ 45 e R$ 46. A estratégia, no entanto, ainda é considerada como pontual.
“São poucas as indústrias que estão alterando sua logística. A maioria está aguardando uma definição no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o assunto para voltar a negociar o milho”, explicou.
Esta não é a primeira atitude tomada pela JBS para tentar contornar a elevação dos gastos com logística. Na semana passada, a empresa confirmou a aquisição de frota própria de caminhões, com a compra de 360 veículos. “A decisão está amparada na estratégia de uma operação sustentável, que garanta a produção e oferta de produtos de qualidade em todo país”.