Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Paraná deve colher perto de 30 milhões de toneladas de grãos na safra 2010/2011. É uma produção próxima às 31 milhões de toneladas colhidas na safra anterior. A área com soja cresceu 3%, mas o milho perdeu 17% das lavouras, em relação ao ano passado. Os produtores estão preocupados com os preços e com as políticas públicas para o setor.
? Um mecanismo que realmente garanta um seguro da produção quando o agricultor, quando o produtor rural enfrentar intempéries e coisas que fogem ao seu controle e que venham trazer um prejuízo na sua renda. Esses mecanismos de reinvestimento nos ganhos que venham a ter numa melhoria da infraestrutura, na questão do seguro agrícola. Outra coisa é a questão da pesquisa ser voltada para reduções de custo da produção ? enumera o presidente da Sociedade Rural do Paraná, Gustavo Andrade e Lopes.
Outra preocupação diz respeito à logística de estocagem e escoamento da produção de grãos do Paraná. O sistema cooperativo do Estado, que reúne 85 empresas e mais de 130 mil associados alerta para o risco de colapso no setor, caso medidas em nível federal não sejam adotadas já para esta safra.
O Estado armazena a maioria da sua produção de grãos em unidades de cooperativas, que também são responsáveis pela venda dos produtos.
? A questão de investimento em infraestrutura básica mesmo, armazenagem, rodovia, ferrovia, portos, que hoje é um gargalo muito grande que nós temos e, se nós ampliarmos a produção, vamos ter dificuldades. E aí inserida a questão de energia, investimentos maciços na área de energia para superar a nossa demanda que vai ser cada vez crescente, esse é o primeiro fator. O segundo é a questão da política de garantia de renda. Nós não temos hoje uma política de garantia de renda que dê estabilidade ao setor. E o terceiro fator é a reforma tributária ? diz o presidente da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), João Paulo Koslovski.