? É necessário promover o comércio regional para estimular as cadeias produtivas, melhorar nossa competitividade e integrar dinamicamente as economias ? destacou no ato de abertura da maior reunião de empresários dos dois países.
Lula também defendeu que os interesses da região e dos países em desenvolvimento se unam para “fazer a diferença” na Organização Mundial do Comércio (OMC), onde Brasil e Argentina mostraram posturas distintas nas fracassadas negociações da Rodada de Doha.
Neste sentido, o presidente afirmou que a discussão técnica perante a OMC está esgotada. Ele considera necessária uma decisão política para chegar a uma posição unificada.
? Talvez Argentina e Brasil não sofram tanto com o fracasso das negociações da Rodada de Doha, mas os países que dependem de nossa capacidade de produção de alimentos, sim ?enfatizou Lula.
Durante a abertura da reunião empresarial, Lula também disse que, se a Rodada de Doha fracassar em definitivo, os problemas de imigração se aguçarão.
? Há interesses que são intocáveis, mas podemos fazer muitas coisas em parceria. Por uma questão estratégica, não interessa ao Brasil ter vizinhos pobres ? advertiu Lula.
Para o presidente, a integração pode ser a chave para “disputar o comércio internacional com os países ricos e atender países que até o momento não eram atendidos”.
Além disso, o chefe de Estado brasileiro disse que “nenhum empresário argentino pode ver o Brasil como concorrente, mas como potencial mercado consumidor de 190 milhões e o mesmo um empresário brasileiro, que deve ver a Argentina como um potencial mercado de consumo”. Assim, Lula destacou que Brasil e Argentina vêem a crise mundial de alimentos “com certa preocupação, mas também como uma oportunidade histórica”.
? Argentina e Brasil podem liderar a resposta do Mercosul e da América do Sul às novas necessidades de um mundo em transformação. O Brasil continua apostando na Argentina, em seus trabalhadores, em seus empresários e em seu governo. Temos que aumentar a sinergia entre os dois países em setores estratégicos ? acrescentou.
O presidente disse ainda que os dois países precisam “conversar mais e diminuir a burocracia para não permitir que os interesses individuais de um setor freiem acordos estratégicos”.
? Devemos fortalecer as pequenas e médias empresas como verdadeiros motores de integração ? concluiu Lula, que também pediu a multiplicação dos esforços para eliminar a distorção de barreiras no comércio internacional.