No fim de janeiro, técnicos, gestores e representantes do Ministério da Agricultura e CNA irão à Inglaterra conhecer os pontos de venda do melão exportado, além de visitar o porto de Roterdã, na Holanda, e uma feira na Alemanha.
A Coodap (Cooperativa de Desenvolvimento Agroindustrial Potiguar) é responsável por abastecer uma parcela desse exigente mercado. Recentemente o grupo conquistou a certificação em Comércio Justo. É o primeiro caso no mundo de certificação de melão.
Em setembro de 2009, a Coodap conquistou a Certification for Development (Certificação para o Desenvolvimento) concedida pela Fairtrade Labelling Organizacions (Flo-Cert). A certificação abriu as portas do mercado europeu, conta a presidente da cooperativa, Maria do Socorro.
? Passamos a produzir produto de maior qualidade e com preocupação do uso sustentável dos recursos naturais ? explica.
Por trabalhar com certificação de Comércio Justo, a cooperativa ganhará dez centavos de dólar a cada quilo vendido. O valor deverá ser aplicado em projetos sociais.
A qualidade da fruta e a certificação de Comércio Justo renderam a Coodap fechamento de contrato com uma rede de supermercados da Inglaterra. O grupo inglês encomendou de imediato dez contêineres, com 20 toneladas cada de melão in natura. Desses, seis já foram entregues. O trabalho de logística é feito por uma empresa de trading ? que realiza diversos tipos de importações e exportações de produtos. As frutas saem do porto de Natal e seguem de navio em contêineres refrigerados. O trajeto Brasil/Inglaterra dura cerca de 15 dias.
Ainda de acordo com Maria do Socorro, foi por meio do Sebrae que os vinte cooperados, que vivem na comunidade de Pau Branco, área rural em Mossoró (RN), passaram a conhecer com profundidade o conceito de comércio justo e a certificação Fair Trade. O Sebrae investiu R$ 70 mil para apoiar a cooperativa no processo de certificação do melão. Esses valores também foram investidos em capacitações, missões e consultorias.
Os longos dias de viagem não comprometem a qualidade das frutas, segundo Maria do Socorro. Em dezembro ela viajou para a Inglaterra e conferiu de perto a chegada das frutas e verificou a aceitação do produto.
? A fruta chegou em perfeito estado. Para garantir isso, tomamos uma série de cuidados. É feito o tratamento pós-colheita e um rigoroso processo de seleção, evitando o envio de frutas com pancadas ou arranhões, aspectos que podem comprometer a qualidade das outras frutas ? explica.