Em Carmo do Paranaíba, noroeste de Minas Gerais, a Coopercoffee está recebendo o café daqueles produtores que conseguiram armazenar boa parte da produção na espera de preços melhores. A cooperativa movimenta 450 mil sacas de 830 cooperados. A região tem uma safra tardia e muitos cafeicultores conseguiram pegar a onda de alta no mercado, depois de 13 anos amargando preços baixos.
Na ultima safra o produtor Geraldo França sofreu com a florada irregular que prejudicou a qualidade do café. Ele está na atividade há 13 anos e fez um planejamento para crescer anualmente. Hoje está com 435 hectares. Para a próxima colheita a realidade é outra: a florada desta vez ajudou e os preços prometem se manter com uma boa renda. Geraldo já pensa na qualidade do café que só vai colher no ano que vem.
O otimismo do setor tem base sólida. A demanda está aquecida e os estoques mundiais reduziram. Na maioria dos principais países produtores, como Colômbia e Guatemala, teve queda na produção. Grandes empresas, que antes não buscavam café no Brasil, nos últimos dois anos passaram a incluir os produtores brasileiros no mercado de cafés especiais.
O corretor de café Clênio de Araújo trabalha com foco na exportação. Ele visualiza o retorno da renda na cafeicultura com novas possibilidades de ganhos quando terminar o acerto para que os cafeicultores brasileiros possam entregar café na bolsa de Nova York.