Agricultura

Mercado interno de milho corre risco de pressão de venda concentrada

Saiba os fatos que merecem atenção do mercado de milho na próxima semana, segundo o analista da Safras Consultoria Paulo Molinari

Saiba os fatos que merecem atenção do mercado de milho na próxima semana. As dicas são do analista da Safras Consultoria Paulo Molinari.

– Relatório do USDA foi de neutro a baixista: neutro em função do corte da produtividade para 175,4 bushels/acre perto do esperado pelo mercado; e baixista pois a perda de produção é pequena e levou os estoques para 35 milhões de toneladas, contra 37 milhões de toneladas da safra velha;

– Também devido à elevação da safra da Ucrânia de 25 milhões para 30 milhões de toneladas e aumento da previsão de exportações de 9 para 12,5 milhões de toneladas;

– Levemente altista pelo corte de produção da Europa de 68 para 60 MT, volume que deve ser coberto pelo trigo para ração e por importações das Américas e da Ucrânia;

– Setembro é mês de colheita nos EUA e a sazonalidade de baixa deverá ser um quadro normal;

– Clima melhorando bastante no Meio-Oeste dos EUA com redução da onda de calor e aumento de chuvas;

– Retenção por parte dos produtores vai segurando preços neste momento em boa parte do país;

– Preços de porto entre R$ 88/R$ 90 devido a prêmios altos ajuda a manter a esta relação de firmeza entre a retenção no interior e a exportação;

– Fator Europa já está nas exportações brasileiras, seja nos volumes de embarques seja nos prêmios, não há novidades do para o Brasil sobre a Europa;

– China fora de qualquer compra de milho de origem brasileira, deverá se abastecer na Ucrânia, se precisar;

– Exportações brasileiras indo bem, com 19 milhões de toneladas acumuladas entre fevereiro e setembro. O foco é 37 milhões de toneladas no ano. Se os produtores brasileiros venderem, talvez a meta suba para 40 milhões de toneladas. Com retenção, não passaremos desse volume;

– Paraguai também com produtores retendo e milho com ardido um pouco acima do normal;

– Mercado interno se sustentando na retenção pelo produtor, o risco é uma pressão de venda concentrada mais à frente.