As commodities estão sendo negociadas abaixo do valor que deveriam. É o que acredita o analista de mercado Carlos Cogo. Ao participar da edição desta quarta-feira (20) do ‘Mercado & Companhia’, ele avaliou como os produtos têm sido, atualmente, negociados no cenário internacional.
“[O mercado] pode estar exagerando na baixa. Temos problemas climáticos nos Estados Unidos, podemos ter um terceiro La Niña consecutivo na América do Sul”, observou Cogo ao conversar com a apresentadora Pryscilla Paiva. “O mercado, certamente, vai encontrar um ponto de equilíbrio no curto prazo e vai se sustentar acima das médias históricas”, avaliou.
Cogo, no entanto, entende que os preços praticados desde o início da pandemia da covid-19, quando as commodities chegaram a apresentar grandes altas nas negociações, não devem se repetir.
“Os preços chegaram aos seus ápices, em níveis muito altos que inibiram a demanda” — Carlos Cogo
“Muitas vezes, o mercado exagera na alta. Houve, sim, um exagero”, destacou o analista de mercado. “Os preços chegaram aos seus ápices, em níveis muito altos que inibiram a demanda”, continuou ele, que é consultor em agronegócio e professor universitário.
10 fatos sobre os preços das commodities na pandemia
Sobre os elevados preços das commodities desde o início da pandemia, Carlos Cogo recordou a sequência de fatores que culminou na alta dos preços dos produtos:
1 — Recuperação da cotação do petróleo, indo de US$ 20 a US$ 100 por barril.
2 — A pandemia encontrou demanda acima da produção, com a oferta não atendendo.
3 — Problemas de logística, como, por exemplo, falta de navios e contêineres.
4 — Escassez de insumos e alta nos preços de fertilizantes.
5 — Início da guerra da Rússia contra a Ucrânia.
6 — Elevação do custo de energia e do gás natural.
7 — Inflação de alimentos em nível global.
8 — Alta da taxa de juros nos Estados Unidos e no bloco europeu.
9 — Receio com a possibilidade de recessão global.
10 — Sinalização de que a China pode crescer menos do que o esperado.
“No caso da soja: contrato maio de 2023, que corresponde à nossa colheita. Esse contrato chegou ao topo em meados de junho passado, US$ 15,63 por bushel”, relembrou Cogo. “Mas ele já caiu 14%. Hoje, na abertura, estava em US$ 13,42”, afirmou, ao lembrar que, desde o pico, milho e trigo foram outras commodities que também se desvalorizaram no decorrer das últimas semanas.
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