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Milho

Milho: 4 coisas que você precisa saber hoje sobre a segunda safra

Analista da consultoria Safras & Mercado explica o cenário para clima, plantio, produção e comercialização do grão; confira!

A produção total de milho no Brasil deve crescer 0,4% na comparação com o ano passado e se aproximar de 100 milhões de toneladas, segundo projeção da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Se os números forem confirmados, este será o maior volume do grão já colhido no país. 

De acordo com levantamento da consultoria Safras & Mercado, a produção do milho segunda safra deve chegar a 75 milhões de toneladas neste ano, alta de 0,81% em relação às mais de 74 milhões de toneladas colhidas em 2019. Esse incremento na produção é puxado pelo aumento de 3,10% na área plantada no país, que deve chegar a 12,6 milhões de hectares, superando a área do ano passado. 

Os trabalhos de campo avançam e 61,2% da área já está semeada, o que indica um atraso em relação ao ano passado. Mas, na comparação com a média para o período o plantio está avançado. 

O preço da saca do milho, que em algumas regiões supera a casa dos r$ 50, estimulou a comercialização antecipada do grão. Até fevereiro, os produtores tinham vendido 20,2% da safra. Número acima dos 11% negociados no ano passado. 

Clima no país

De acordo com o analista de mercado, Paulo Molinari, um dos fatores que deve impactar diretamente o cenário para grão, será o clima“A coisa mais importante deve ser o clima de abril até agosto. Não apenas pela safrinha brasileira, mas também pela safra norte-americana, que deve ter área recorde este ano, com os produtores desanimados com a soja e que devem avançar no milho”, afirma Molinari. 

Segundo o analista, no Brasil, os produtores irão plantar 40% da área em março. “Não é primeira vez que fazemos isso e não será a última, mas cria todo um ambiente climático especulativo até julho em relação à safrinha, corte de chuvas, outono ou com uma geada no Paraná, que são normais  todos os anos, mas em 2020 devido ao atraso demasiado em algumas regiões, podem de fato pesar na formação de preços”, explica ele. 

Mercado 

Além do fator climático, Molinari explica ainda que neste ano, por conta do surgimento do novo coronavírus, o mercado está sendo afetado mundialmente.

“Hoje [terça-feira, 3], tivemos uma decisão do Feed do Banco Central Dos EUA, em cortar subitamente a taxa de juros em meio ponto percentual e isso estabelece o grau de tensão dos mercados em relação a situação do vírus. Naturalmente isso provoca câmbio no Brasil desvalorizado, colaborando para preços nos portos se manterem em torno de R$ 43 a saca  para o milho safrinha”, disse.

Comercialização e oportunidades 

Com o avanço do coronavírus, o câmbio no Brasil é impactado diretamente. Além disso, a comercialização está antecipada em relação à média dos anos. “O importante que neste ano, com os preços acima da média, com os negócios antecipados, que o produtor tenha aproveitado essas vendas futuras.Talvez, o produtor só não esteja vendendo ainda mais por conta do atraso da safrinha. Ou seja, o risco de que ele tenha algum problema de produtividade na sua lavoura e depois não consiga cumprir os contratos”, explica Molinari.

Preços na B3

Molinari explica ainda as altas vistas recentemente na B3. “Os preços na B3 estão mais atrasados em relação ao físico, talvez por conta do Carnaval. Atualmente temos um mercado em campinas entre R$ 55 a R$ 57. Então se a B3 está no nível de R$ 54, é porque temos alguma coisa pra equilibrar em relação ao físico”, afirma.

 

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