A venda de milho da segunda safra está mais lenta neste ano se comparada com o mesmo período do ano passado. Dados da consultoria Safras & Mercado mostram que 44,7% da produção do Centro-Sul foi vendida em 2019, contra 46,1% no mesmo período de 2018.
O analista de mercado Paulo Molinari comenta que os problemas climáticos na safra dos Estados Unidos entre maio e junho, que podem resultar em perdas na produção, fizeram os agricultores segurarem as vendas.
“Com percentual (de venda) que temos hoje em cima de uma safrinha de 75 milhões de toneladas, frente ao percentual do ano passado – em cima de uma safrinha de 48 milhões de toneladas, eu diria que estamos até bem vendidos para essa época do ano”, pondera.
Exportação
Refletindo uma produção recorde de milho, os embarques do grão no primeiro trimestre da segunda safra. Molinari comenta que as exportações em junho foram recordes. Além disso, para julho, há cerca de 7 milhões de toneladas do cereal para embarcar e em agosto, 2,5 milhões de toneladas.
“É um começo bom, mas isso não quer dizer que o final vai ser excepcional. O que temos agora é bom, mas o Brasil vai precisa vender”, comenta.
Segundo ele, a grande preocupação é sobre uma possível retenção de milho no interior do país, já que o produtor rural poderia perder uma janela de exportação interessante.
Ele aconselha uma comercialização cadenciada até janeiro e afirma que se no próximo relatório de área plantada do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), em agosto, indicar uma boa área plantada, o preço do milho no Brasil não sobe mais.
“A safrinha é grande, há milho no Brasil todo e Argentina e Ucrânia terão safra recorde. Vamos precisar desocupar os armazéns até janeiro”, afirma.