O último relatório de Oferta e Demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgado na sexta-feira (8), trouxe cortes à produção norte-americana do cereal, de 386,1 para 384,6 milhões de toneladas, em área de 36,7 milhões de hectares.
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Outro fato internacional que chamou a atenção do mercado na semana passada foi a vitória de Donald Trump nas eleições estadunidenses, o que aumentou as expectativas de uma nova guerra comercial entre o país e a China.
Tal fato, de acordo com analistas, incluindo os da plataforma Grão Direto, pode favorecer o preço do milho no Brasil, com os asiáticos direcionando mais suas compras para o mercado brasileiro.
Preços do milho
Em termos de preços, o cereal finalizou a semana cotado a US$ 4,31 por bushel em Chicago, registrando uma alta de 3,86% para o contrato com vencimento em dezembro de 2024.
Já no Brasil, na B3, o preço do milho também apresentou valorização, com um aumento de 1,11%, fechando a R$ 73,86 por saca no contrato de novembro de 2024. No mercado físico, os preços variaram, com uma combinação de altas e baixas ao longo do país, predominando as altas.
E agora, o que esperar do mercado?
- Exportações brasileiras: atualmente, o milho brasileiro é o mais caro entre os países concorrentes, o que justifica o ritmo lento das exportações até o momento, avalia a Grão Direto. O acumulado até outubro está cerca de 30% abaixo do registrado no mesmo período do ano anterior. “Se esse ritmo persistir, o Brasil poderá encerrar o ano com pouco mais de 40 milhões de toneladas exportadas, ficando abaixo do volume da safra 2020/21. Apesar dessa queda considerável, o total ainda deve superar a média dos últimos cinco anos, que foi de aproximadamente 40 milhões de toneladas”.
- Exportações norte-americanas: embora o milho brasileiro esteja com pouca atratividade comercial, o cereal dos Estados Unidos é, atualmente, um dos mais baratos do mercado mundial. De acordo com a Grão Direto, essa vantagem de preço tem impulsionado as exportações do país, conforme o relatório semanal do USDA. Segundo o órgão, os norte-americanos já comprometeram cerca de 28,5 milhões de toneladas para o ano-safra atual, em comparação com 19,2 milhões no mesmo período do ano passado, representando um crescimento de 40%. “A expectativa é que os Estados Unidos encerrem a safra com 59 milhões de toneladas, reforçando sua liderança global no setor”.
Com base nesses indicativos, a plataforma acredita que o mercado do milho terá mais uma semana positiva no Brasil, seguindo a tendência da última semana.