A consultoria Agroconsult reduziu a sua previsão de produção de milho na segunda safra no Brasil em 2019/2020 para 72,2 milhões de toneladas. No começo de abril, última estimativa divulgada, a projeção era de 74,7 milhões de toneladas.
O novo número representa queda de 5,8% ante a temporada anterior, quando o Brasil colheu 76,7 milhões de toneladas. “Os problemas estão bem concentrados nas regiões onde os atrasos (no plantio) foram maiores”, disse o sócio-analista da Agroconsult, André Debastiani, em evento online do Rally da Safra para o Matopiba.
Segundo ele, há perdas em Mato Grosso do Sul, Paraná e partes de São Paulo e Minas Gerais. “Algumas regiões tiveram mais de 20 dias sem chuva”, disse. A estimativa de área plantada de safrinha foi mantida em 13,1 milhões de hectares (+3,9% ante 2018/19). A produtividade média é projetada, por enquanto, em 92 sacas por hectare.
Conforme Debastiani, Mato Grosso, maior produtor de milho safrinha, precisa de pouca chuva para consolidar a safra de inverno, mas “os demais Estados estão olhando para o céu”. Estão previstas chuvas nesta quarta e quinta-feiras em áreas de cultivo que serão determinantes para o potencial produtivo.
Caso elas se confirmem, a segunda safra ainda deve chegar a 72,2 milhões de toneladas, segundo Debastiani. “Se essas condições climáticas não se concretizarem e as chuvas forem mais escassas, teremos um cenário mais preocupante, podendo reduzir o valor em termos de produção”, disse.
Segundo o representante, somado à produção de verão, estimada pela Agroconsult em 26,9 milhões de toneladas, a produção total de milho do Brasil deve ficar em 99 milhões de toneladas. “Não batemos em 100 milhões de toneladas, mas ficamos muito próximos.”