A guerra comercial entre os Estados Unidos e a China ainda vai merecer atenção do mercado de milho na próxima semana. Custo do frete a partir do começo do ano, com a entrada da safra de soja, já começa a preocupar a logística para o cereal.
Confira as dicas do analista Fernando Henrique Iglesias, da consultoria Safras & Mercado, sobre o que pode afetar as cotações na semana que vai começar:
- A China volta a comprar soja dos EUA através de suas tradings estatais e Donald Trump já comemora no Twitter a retirada das tarifas sobre os produtos agropecuários norte-americanos;
- Além de se concentrar na relação entre os dois países, o mercado também se volta para o quadro do trigo. É que a Rússia pode limitar os volumes de exportação, e há dúvidas sobre o tamanho da safra argentina, fatores que ajudam o mercado de milho;
- O clima ruim no Brasil parece ainda estar sendo ignorado pelo mercado internacional, apesar de perdas já evidentes na soja;
- Perdas na América do Sul e reabertura das compras da China poderiam ajudar o produtor norte-americano a decidir pelo plantio da soja em 2019, evitando um forte aumento na área cultivada com milho;
- Dólar forte e reunião do Federal Reserve (o “Fed”, espécie de Banco Central dos EUA), no dia 19, não ajudam as commodities;
- O mercado interno para o cereal está firme, porém acomodado neste momento que precede os feriados de fim de ano;
- Já há dificuldade para colocação de fretes para a transição de ano, e situações de comercialização acabam sendo mais pontuais;
- Em janeiro, tem início a safra de soja; com isso, o preço dos fretes deve subir sensivelmente, afetando o fluxo e o custo do milho para os consumidores;
- A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre multa no caso de não cumprimento da tabelas de fretes deve ser problemática para o milho em meio à safra de soja. Alto custo de logística e dificuldades de fretes de meia e longa distância devem pesar na formação dos preços do milho CIF;
- No Rio Grande do Sul, a colheita será feita em janeiro; nas demais regiões, possivelmente os trabalhos serão deixados para o “pós-soja”;
- Os preços do cereal devem se manter mais firmes entre janeiro e maio;
- A “safrinha” tende a ser plantada em janela ótima, oferecendo uma certa segurança de oferta futura ao mercado interno no segundo semestre;
- O câmbio no Brasil acompanha o dólar forte no mercado internacional.
Sem chuva desde outubro, safra de milho no Paraná sofre com tempo seco