Com preços pressionados no mercado interno, a área de milho verão voltará a recuar no Brasil na safra 2017/18, de acordo com o relatório AgroInfo, divulgado pelo Rabobank.
Considerando as cotações do cereal em Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná, os três principais estados produtores de milho verão no Brasil, as cotações observadas nesse segundo semestre são as menores desde o final de 2014.
Assim, a perspectiva é que a área de milho verão seja inferior a milhões de hectares pela primeira vez na história desde o início dos levantamentos da Conab em 1976. Mesmo assim, ainda não haveria motivo para forte preocupação quanto à oferta do cereal no mercado doméstico.
Apesar do forte ritmo de exportações que tem sido observado, assim como o incremento da demanda doméstica, em fevereiro/18, quando se iniciar a colheita da safra verão, os estoques nacionais do cereal deverão estar em patamares recordes para o período. A expectativa é que o volume esteja próximo de 15 milhões de toneladas.
Portanto, a redução da área de milho verão não deve ser suficiente para resultar em forte retomada de preços no mercado doméstico, ao menos até o início de 2018. A definição da safrinha deverá ser o grande direcionador das cotações do cereal a partir de meados do primeiro trimestre do ano que vem -inicialmente, pelo total de área semeada e, posteriormente, pelas condições de desenvolvimento das lavouras.
O Rabobank destaca ainda que há dois pontos de atenção a serem observados pelo mercado.
O primeiro é que o ritmo lento de comercialização da soja pode resultar em necessidade de liberação de armazéns para entrada da nova safra a partir de janeiro, o que poderia pressionar os preços do milho no final de 2017 pela alta necessidade de escoar a produção armazenada.
Além disso, para que os estoques nacionais recuem, a produção total de milho (verão e safrinha) na safra 2017/18 terá que ser inferior a 90 milhões de toneladas.