O objetivo, segundo explicou ao Estado o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, é evitar que a economia superaqueça este ano e tenha de ser freada bruscamente em 2011. O ministro disse que não será um megacorte, mas avisa que “vai doer”.
? Cresce um sentimento de que a economia está acelerando para além daquilo que todos avaliavam. Já tem gente falando que podemos crescer 7%. O que pode acontecer? Vamos ficar olhando o Banco Central aumentar os juros? O que estamos discutindo são outras alternativas. Como podemos ajudar com a política fiscal ? afirma Bernardo.
Ele negou ainda que a medida tenha caráter eleitoreiro.
? Aqui não nos preocupamos com eleição. Não estou com brincadeira, não. O governo quer que tenhamos condições de crescer 5% no ano que vem, 5% em 2012. Se fosse por causa da eleição, deixaríamos a economia acelerar, crescer 8% e crescer pouco no ano que vem. Isso sim, seria uma visão eleitoreira ? afirmou.
Partiu do presidente Lula a orientação para o governo buscar, na Justiça, a decretação da ilegalidade das greves de servidores que tumultuam a Esplanada. Ele mandou ainda descontar os dias parados, segundo Bernardo.
O acirramento das pressões por esses e outros gastos, acredita o ministro, refletem uma visão que não será possível arrancar “bondades” semelhantes do próximo presidente.
? Não vamos dar reajustes salariais, não temos previsão orçamentária. Se acham que a solução é fazer greve, façam. Mas vamos entrar com as medidas cabíveis para resolver o problema. O que não é razoável é fazer uma greve sem perspectiva de solução e ficar ganhando, porque aí vira férias, como diz o presidente Lula ? afirmou.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.