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Oferta e demanda favorecem forte recuperação da fécula e raiz de mandioca

Segundo o Cepea, consumidores industriais destes produtos enfrentam problemas de abastecimento no período de final de colheitaConsumidores industriais de fécula de mandioca enfrentam problemas de abastecimento neste período de final de colheita da raiz. A conclusão é de pesquisas do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP. Essa situação é resultado tanto da menor produção quanto do aumento da demanda, reflexo da recuperação de setores que consomem o produto ? especialmente frigoríficos, indústrias de papel e papelão, químicas e alimentícias.

O amido de milho, que em muitos casos é substituto da fécula, também tem seus preços sustentados pela concorrente, mesmo com o grão estando no menor patamar dos últimos 13 meses.

No acumulado de janeiro a agosto deste ano, a produção de fécula foi 10% menor que em igual período de 2008, com os estoques atuais sendo os menores do ano, também de acordo com levantamentos do Cepea. No primeiro semestre deste ano, quando ainda eram fortes os impactos da crise, indústrias consumidoras mantiveram baixo o interesse pela fécula e, consequentemente, também fabricantes deste insumo diminuíram a procura por mandioca. Como resultado, nem um segmento nem outro se preocupou em acumular estoques.

Com a retomada da demanda nos últimos meses, os preços da fécula de mandioca seguem em forte recuperação ? iniciada em meados de junho ?, puxando também as cotações da raiz. Na última semana, a tonelada de fécula foi comercializada na média de R$ 928,39/t (considerando todas as regiões pesquisadas pelo Cepea), valorização de 15,6% frente à média da semana de 15 a 19 de junho ? quando os preços começaram a subir. Mesmo com essa alta, os valores atuais ainda estão abaixo dos vistos em agosto de 2008 e de 2007 ? em termos reais, deflacionados pelo IGP-DI.

No segmento de raiz, além de a produção estar menor devido à redução de tratos culturais, as chuvas também têm atrapalhado a colheita, que está no final, aponta o Cepea. A baixa oferta combinada com a demanda aquecida das fecularias têm garantido reajustes ao agricultor desde meados de junho.

A média atual é a maior desde janeiro de 09 (entressafra), mas, a exemplo da fécula, ainda está abaixo dos preços reais de agosto dos dois últimos anos. Na última semana, a tonelada de raiz foi negociada na média de R$ 145,66 considerando-se todas as regiões pesquisadas pelo Cepea, valorização de 19,2% frente à semana de 15 a 19 de junho.

As chuvas no correr de agosto e início de setembro agravaram a situação de oferta de matéria-prima para a indústria, uma vez que impossibilitaram a colheita em vários dias. Além disso, os reajustes dos preços levam produtores a limitar a colheita mesmo quando as condições climáticas são favoráveis, à espera de valorizações ainda maiores.

Nesse cenário, o processamento industrial em agosto foi 35% menor que o de julho, segundo o Cepea. A situação tem sido especialmente crítica no Paraná, onde algumas fecularias ficaram sem produzir, recentemente, por quase semana inteira.

Na avaliação de pesquisadores do Cepea, a menor produção nacional e a possibilidade de diminuição na produtividade industrial nos próximos meses ? teor de amido da raiz deve cair ? são fatores importantes para a continuidade da recuperação de preços no setor. Essa tendência, comentam, é endossada também pela melhora paulatina do cenário macroeconômico, que estimula a demanda.

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