Operação que investiga cartel no setor de citros avalia novos documentos

Ministério da Justiça deve abrir nesta sexta o que foi apreendido da Citrovita na Operação Fanta, realizada pela PF em 2006A Secretaria de Direito Econômico (SDE) do Ministério da Justiça abrirá, nesta sexta, dia 8, em Brasília (DF), documentos da Citrovita - empresa produtora de suco de laranja do Grupo Votorantim - apreendidos na "Operação Fanta", realizada pela Polícia Federal em 24 janeiro de 2006.

A ação é parte do processo, de 1999, que investiga a prática de cartel na compra de frutas por parte de indústrias do setor. A determinação da abertura dos documentos foi dada pela secretária da SDE, Mariana Tavares de Araújo, no último dia 31 de dezembro.

A Citrovita era a única entre as grandes empresas investigadas que ainda conseguiu adiar a abertura dos documentos da “Operação Fanta”, por meio de liminares obtidas na Justiça. Cutrale e Louis Dreyfus Commodities já tiveram o material avaliado, cujo conteúdo ainda segue em sigilo dentro do processo.

A Citrosuco, outra investigada no processo, não foi alvo da operação da polícia em 2006.

? Os documentos constituem-se em inigualável oportunidade de se constatar a eventual existência de cartelização do setor e dos procedimentos e práticas que conduziram os citricultores a um estado de penúria traduzido pela expulsão de mais de 20 mil pequenos e médios produtores do ramo citrícola ? disse o presidente da Associação Brasileira de Citricultores (Associtrus), Flávio Viegas.

Ainda de acordo com o presidente da Associtrus, caso seja comprovada a prática de cartel existente no setor, a expectativa é que “medidas sejam tomadas no sentido de ressarcir os citricultores que vivem a realidade da verticalização e concentração do mercado”.

A Citrovita informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não comentará a abertura dos documentos.