Pesquisadores do Centro de Genômica Aplicada às Mudanças Climáticas (GCCRC), uma iniciativa da Embrapa e da Unicamp, desenvolveram um novo protocolo para acelerar a edição genômica do milho tropical.
O estudo, publicado na revista Frontiers in Genome Editing, mostra que o protocolo pode ser três vezes mais eficiente do que os métodos tradicionais, o que abre caminho para o desenvolvimento de novas variedades de milho adaptadas às condições climáticas do Brasil.
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O milho é um dos principais grãos produzidos no mundo, e o Brasil é um dos principais produtores e exportadores.
No entanto, a produtividade do milho tropical é significativamente menor do que a do milho temperado, devido a fatores como a baixa fertilidade do solo, as infestações de pragas e o cultivo dependente da chuva.
A edição genômica é uma ferramenta promissora para o desenvolvimento de novas variedades de milho mais tolerantes a esses desafios.
No entanto, as linhagens de milho tropical são, em geral, menos suscetíveis à transformação genética, o que dificulta os experimentos de edição genômica.
No novo protocolo desenvolvido pelos pesquisadores do GCCRC, foi utilizado um gene regulador morfogênico, que estimula a regeneração das plantas transformadas.
Os testes foram realizados com cinco linhagens de milho tropical, e três delas foram transformadas com sucesso, com taxas de eficiência de até 6,63%.
“Esses resultados são muito promissores”, afirma José Hernandes, autor do estudo que desenvolveu a pesquisa durante seu estágio de pós-doutoramento no GCCRC.
“Eles mostram que o novo protocolo pode ser usado para transformar linhagens de milho tropical com eficiência muito maior do que os métodos tradicionais.”
Os pesquisadores acreditam que o novo protocolo pode acelerar o desenvolvimento de novas variedades de milho tropical tolerantes a seca, pragas e doenças.
“Agora que temos um protocolo mais eficiente para transformar milho tropical, podemos testar genes desenvolvidos pelo GCCRC mais rapidamente e em condições de campo”, afirma Juliana Yassitepe, outra autora do estudo.
O estudo foi financiado pela Fapesp e contou com a parceria do VIB (Vlaams Instituut voor Biotechnologie) da Bélgica, e com a pesquisadora visitante Sofya Gerasimova, do Instituto de Citologia e Genética, da Academia Russa de Ciências e da Universidade Estadual de Novosibirsk (Rússia).
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