A demanda por bioenergia vem aumentando no país. Atualmente, 87% do óleo produzido no país saem da soja, mas especialistas acreditam que, em pouco tempo, a produção do grão não será suficiente para atender à necessidade do mercado. No Brasil, espécies como pequi, macaúba, dendê e pinhão-manso estão chamando a atenção de pesquisadores da Embrapa.
Há pouco mais de um ano, um grupo de cientistas, coordenado pelo pesquisador Nilton Junqueira, vem estudando fontes alternativas de energia. Uma das vantagens apontadas pela pesquisa desenvolvida na Embrapa Cerrados é a possibilidade de integração de pecuária, lavoura e produção de óleo.
? Elas poderiam ser cultivadas sob pastagens degradadas sem haver a necessidade de deslocar o boi criado para a produção de alimentos. A outra importância seria a geração de empregos e a questão de imobilizar carbono na atmosfera, que poderia reduzir o efeito estufa ? afirma Junqueira.
Os primeiros resultados mostram que o pinhão-manso, por exemplo, chega a produzir 1,5 mil litros de óleo por hectare, três vezes mais do que a soja. Os pesquisadores também estão atentos à possibilidade de o dendê se adaptar a outras regiões, além da Amazônia.
? O dendê poderia ser cultivado no Cerrado e Semi-Árido sob irrigação. Seria uma forma de tirá-lo da região amazônica, onde ele tem problemas de doenças.
Encontrada em todos os biomas do país, a macaúba é a espécie que mais surpreendeu nas pesquisas pela resistência ao fogo, seca, pragas e doenças.
? A gente tem percebido uma grande produtividade, tão comparável ao dendê. Estimativas que chegam a 30 mil quilos por hectare e uma produtividade de óleo de quatro, cinco mil litros por hectare ? afirma outro pesquisador da Embrapa, Adelino Cargnin.