– Eu acho que estamos em uma crise. No momento é uma crise de preços altos – afirmou Weisser em uma entrevista.
O executivo-chefe da Bunge revelou que uma seca severa nos Estados Unidos, que puxou os futuros do milho e da soja para máximas históricas na Bolsa de Chicago (CBOT) na semana passada, soma-se a uma série de problemas de produção no mundo que provocaram fortes altas de preço nos últimos cinco anos. Rússia, Austrália e Argentina estão entre os países onde a escassez de ofertas sacudiu o mercado internacional de alimentos.
Weisser espera que os formuladores de políticas se abstenham de adotar restrições de exportação que tornariam o problema pior ainda. Ele acrescentou que, enquanto os estoques de milho e soja estão cada vez mais apertados, os de trigo e arroz continuam adequados. Ainda assim, autoridades da Bunge disseram que os EUA terão disponibilidade limitada de grãos para exportações até o primeiro trimestre de 2013. A extensão do déficit de oferta não será conhecida até a colheita norte-americana, alertou o executivo-chefe.
A perspectiva para a oferta mundial de alimentos pode “voltar ao normal” muito rapidamente, se a América do Sul tiver um clima favorável e uma grande colheita no início de 2013, de acordo com o empresário.
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Weisser comentou que o governo dos EUA pode tomar medidas para reduzir a mistura obrigatória de etanol, uma iniciativa apoiada pelos pecuaristas, que enfrentam dificuldades com a alta dos custos da ração.
– Essa iniciativa é uma ferramenta que eles podem usar, se houver um problema de oferta – completou Weisser.
A Bunge está focando na produção de etanol à base de cana-de-açúcar no Brasil, mas tem presença limitada no mercado de biocombustível à base de milho nos EUA. A companhia não se posicionou sobre uma possível diminuição da mistura obrigatória de etanol, segundo Weisser. Os consumidores norte-americanos não devem ver muita diferença nos preços dos alimentos até 2013, comunicou o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) em um relatório divulgado na quarta, dia 25.
