Os preços do milho caíram no mercado interno. As referências, que chegaram próximas a R$ 45 por saca na região de Campinas (SP) no começo de junho deste ano, atualmente estão entre R$ 36 e R$ 37, segundo levantamento da Scot Consultoria.
O avanço da colheita da segunda safra no país e os poucos negócios no mercado interno, com as indefinições sobre o tabelamento do frete rodoviário, pressionaram as cotações para baixo nas últimas semanas.
Com a queda no preço do grão e as valorizações no mercado do boi gordo, a relação de troca frente ao insumo melhorou em julho. Em São Paulo, é possível comprar 3,97 sacas de milho com o valor de uma arroba de boi gordo.
De acordo com a Scot, o aumento no poder de compra do pecuarista foi de 14,8%, em relação a junho deste ano, mas ainda está 20,5% pior na comparação com o mesmo período do ano passado.
Tendência
Em curto prazo, o aumento da disponibilidade interna do cereal, com o avanço da colheita da safra de inverno, deverá manter os preços mais frouxos e não estão descartadas quedas nas cotações.
No entanto, alguns fatores merecem atenção, tais como, as recentes quedas nas temperaturas, que podem trazer prejuízos às lavouras de milho de segunda safra, especialmente no Centro-Sul do país, onde os trabalhos estão mais atrasados.
Além disso, a questão do tabelamento do frete rodoviário, que tem travado os negócios no país, já começa a afetar a oferta pontualmente em algumas regiões.
Outro destaque é o dólar em um patamar mais elevado este ano, que pode aumentar os embarques de milho neste segundo semestre.
Mercado futuro
Na B3 (antiga BM&F Bovespa), os contratos de milho com vencimento em setembro e novembro de 2018 já refletem um cenário de maior movimentação para exportação, com preço um pouco mais alto.