Não fosse o tempo seco, as laranjas do citricultor Jorge Setoguchi, de Mogi Mirim , 150 quilômetros de São Paulo, já teriam sido colhidas. A falta de chuva pode comprometer a qualidade da laranja, diz o produtor.
? Estou tentando colher mais tarde para esperar a chuva. Colhendo hoje, com o fruto murcho do jeito que está, terei uma perda de peso em torno de 20% na minha safra.
A quantidade de laranjas que Setoguchi vai colher também vai ser menor este ano por causa do clima. Na safra passada ele vendeu 80 mil caixas. Atualmente, está calculando que mal chegue a 60 mil – 25% a menos. Esta também deve ser a tendência em todo o Brasil. A estimativa da CitrusBR, que representa a indústria de suco de laranja, é de que o país colha em torno de 290 milhões de caixas nesta safra . Na anterior, passou dos 350 milhões.
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A produção brasileira agora vive uma situação completamente inversa da safra passada, quando, durante a floração, entre julho e agosto, choveu muito, o que resultou na queda de safra. A preocupação de produtores é que agora a seca faça o mesmo.
O consultor de mercado Amauri Peratelli diz que os dois grandes produtores mundiais, Brasil e EUA, estão sendo atingidos por fatores climáticos na safra deste ano. Com isso, a expectativa é de menor oferta e melhor preço para o produtor. No ano passado, a caixa de laranja começou a ser vendida no Brasil a R$ 5,00. Agora, chega a R$14,00 ou até R$ 15,00 para os produtores que conseguiram negociar os contratos com a indústria ou são independentes. A previsão para a próxima safra, em números, ainda é incerta.
? Ainda existe uma expectativa muito grande em saber o que vai acontecer nos próximos 30 dias, com a chegada da chuva. Aí vamos saberr o que realmente vai acontecer com o novo florescimento e com esse que ainda está na árvore, parado, praticamente estacionado devido à condição climática ? explica ele.
