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Produtores de feijão do Paraná pedem apoio à comercialização

Produto está sendo vendido a preços abaixo do valor garantido pelo governo federalMecanismos de apoio à comercialização do feijão no Paraná foram discutidos nesta quarta, dia 23, entre o deputado Moacir Micheletto (PMDB-PR) e o ministro da Agricultura, Wagner Rossi. Os produtores do grão estão vendendo a preços abaixo do valor garantido pelo governo federal.

O deputado reclamou das importações de feijão procedentes da China e do Peru, o que contribuiu para deprimir ainda mais os preços recebidos pelos agricultores paranaenses. A situação do trigo, do milho, do seguro agrícola e o Código Florestal também foram debatidos no encontro.

Ficou combinado que o Ministério da Agricultura analisará com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior a implementação de mecanismos que possam dificultar essas importações quando o preço do produto importado for abaixo do preço mínimo. Na audiência com o ministro Rossi, não se descartou a fixação de TEC (Tarifa Externa Comum) para onerar o produto quando aqui desembarcar. Foi sugerido ainda maior rigor na fiscalização quanto aos aspectos fitossanitários quando os grãos forem procedentes de países não tradicionais no comércio com o Brasil.
 
? É um contrassenso o que está acontecendo com a cadeia produtiva do feijão, pois enquanto os produtores estão vendendo a saca de 60 quilos entre R$ 55 e R$ 60 – para um preço mínimo de R$ 80 – os intermediários importam o cereal da China e do Peru ? protestou.

Micheletto revelou que em janeiro passado as importações pelos portos de Paranaguá, Santos e Itajaí alcançaram o volume de 13,1 mil toneladas de feijão a cotações bem inferiores ao preço mínimo garantido pelo governo federal.

O deputado reconheceu que a liberação anunciada pelo Ministério da Agricultura de R$ 50 milhões para o Prêmio de Escoamento de Produto (PEP) e Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro) deve amenizar essa situação vivida pelo setor.

? Eu acredito que esses recursos venham trazer um certo alívio, pois há uma expectativa de que 300 mil toneladas podem ser retiradas das mãos dos produtores da região Sul e com isso os preços devem reagir ? explicou.

Micheletto comemorou a decisão do Ministério da Agricultura de aumentar de 100 para 500 sacos o limite por produtor que pode ser negociado nas aquisições do governo federal. Nessas operações, o governo pretende adquirir até 12 mil toneladas no Paraná.

? Trata-se de uma outra boa notícia para a cadeia produtiva do feijão porque os produtores terão garantidos mais recursos para quitar suas dívidas de custeio e investimentos contraídas durante os plantios ? ressaltou.

É tão preocupante a situação dos produtores de feijão do Paraná que mais de dez parlamentares paranaenses de diferentes partidos estiveram na audiência com o ministro da Agricultura nesta quarta, dia 23, no Centro de Treinamento da Conab, em Brasília.

Safra

A expectativa é de que sejam colhidas 893 mil toneladas de feijão no Estado, um volume 12% superior ao que foi colhido na última safra, de 794 mil t. Com isso, o preço caiu e a saca de 60 quilos, que no ano passado chegou a ser vendida entre R$ 180 e R$ 200 no Estado, vale agora entre R$ 55 e R$ 60 – um valor bem inferior ao preço mínimo estabelecido pelo governo, que é de R$ 80,00 no Paraná. A produção brasileira está estimada para este ciclo em 3,8 milhões de toneladas.

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