Na propriedade de Dílson Peçanha, na cidade de Sarapuí (SP), o mato já tomou conta da área onde era pra ter sido plantado feijão. Depois de ter prejuízo na safra de verão, com perdas de 70% causadas pelo excesso de chuva, Peçanha tomou uma decisão radical: vai reduzir pela metade a área de feijão na segunda safra, a chamada safra da seca.
A chuva não prejudicou só a quantidade, mas também a qualidade do grão. E o pouco que o produtor colheu no último ciclo, foi vendido abaixo do custo. Ele recebeu menos de R$ 50,00 pela saca, sendo que o preço mínimo, estabelecido pelo governo, é de R$ 80,00.
A situação se repete com diversos produtores da região. Em São Paulo, o preço recebido pelo produtor vem caindo. No último levantamento do Instituto de Economia Agrícola (IES) estava em R$49,79, queda de 5,09%. Para os agricultores, preço baixo e muita chuva são motivos suficientes para diminuir a área. E a redução não vai ser só em terras paulistas. No Paraná, principal produtor do grão, a segunda safra este ano deve ser 22% menor que a do ano passado, de acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral).