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Produtores de leite querem menos guerra fiscal e mais renda

Lideranças estão preocupadas com a atual situação da cadeia produtiva e esperam condições mais favoráveis para produzirMenos guerra fiscal e melhoria de renda são algumas das expectativas do setor de leite em relação ao governo Dilma Rousseff. Lideranças estão preocupadas com a atual situação da cadeia produtiva e esperam condições mais favoráveis para produzir.

O produtor rural Minoru Oshido cria frangos e produz leite nesta propriedade em Morungaba, a cem quilômetros de São Paulo. Ele diz que se desdobra para se manter no campo.

? Está faltando melhor remuneração, porque está muito baixo o preço dos nossos produtos ? diz Oshido.

Por um litro de leite, o produtor recebe hoje R$ 0,65. Oshido diz que não tem lucro, porque o custo está empatando com a receita. Da outra atividade, a criação de frangos, até sobra um pouquinho. Por uma ave, o frigorífico paga R$ 0,27, mas ele gasta pelo menos R$ 0,20.

Uma propriedade como do agricultor Minoru Oshido é muito diferente do que era 20 ou 30 anos atrás. Mesmo pequenos produtores tiveram que investir em mecanização e tecnologia para se manter no mercado. Mas curiosamente, em muitos casos, apesar das mudanças na estrutura, o ganho que muitos produtores têm hoje é menor do que antes.

Oshido diz que na década de 1970, apenas com o lucro de um lote de frangos, que ele cria em menos de dois meses, ele conseguia comprar um carro. Hoje, nem com dois ou três anos de trabalho.

Na produção de leite, Minoru Oshido simboliza 90% dos produtores do Brasil. Com um rebanho de pouco mais de uma dúzia de animais, ele tira até 3,5 mil litros de leite por mês, pouco mais de cem litros por dia. A média dos pequenos produtores é de 50 litros.

Entretanto, são os outros 10% dos produtores que detém o mercado porque produzem mais de 500 litros diariamente. Oshido não sabe se um dia vai atingir esta faixa, mas diz que nos últimos anos houve incentivo à produção por parte do governo. Conta que até fez um financiamento para comprar mais uma vaca. Porém, o crédito, diz ele, não é o suficiente. 

? Não adianta só dar dinheiro. Só dar com uma mão e receber com as duas. Porque você produz, produz e não dá para pagar o financiamento ? explica.

Presidente da Associação Brasileira de Produtores de Leite, Jorge Rubez diz que o setor espera mais do novo governo. Ele cita  três pontos: fim da guerra fiscal, se referindo à redução de impostos, que alguns Estados concedem e outros não. Paz no campo, uma referência às invasões de terra, e mais discussão ainda sobre o Código Florestal. A possibilidade de avanços nestes pontos e na melhoria de preços como querem produtores como Oshido não é tão otimista na visão de Jorge Rubez.

? Ela [Dilma Rousseff] está agora com toda a força. Porque ela ganhou a Câmara dos Deputados, Senadores e, evidentemente, isso assusta um pouco porque o poder de barganha dos partidos ficou um pouco aquém daquilo que a gente gostaria que tivesse ? afirma Rubez.

Minoru Oshido, que produz há mais de 20 anos, já passou por cinco mandatos de presidentes e diz que vai dar mais um voto de confiança.

? A gente confia. Só tem que confiar. Tem quatro anos para passar ? conclui o produtor rural.

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